Mata situada na diocese de Coimbra constitui um espaço privilegiado de silêncio, oração e via-sacra
Lisboa, 16 Mar (Ecclesia) – A Mata do Buçaco, na diocese de Coimbra, sobressai neste tempo de Quaresma como espaço privilegiado de silêncio e oração, de encontro com Deus e com a natureza.
“É quase uma desintoxicação” sublinha ao programa «70×7» o padre Carlos Godinho, pároco do Luso, para quem apesar de “hoje se estar num contexto que apela constantemente à acção, ao mesmo tempo há a necessidade de parar, de revalorizar a espiritualidade”.
A 40 quilómetros do oceano Atlântico, situada no extremo da Serra do Buçaco, concelho da Mealhada, distrito de Aveiro, desde o século XVII que a Mata do Buçaco está historicamente ligada à religião e à fé, sobretudo através da acção dos frades carmelitas.
Os monges transformaram a envolvente natural num local de retiro e abriram caminhos para uma experiência de via-sacra muito especial, composta por 20 estações, 7 representando a prisão de Jesus e 13 recriando a sua Paixão.
[[v,d,1874,]]“As vias-sacras não tinham necessariamente 14 estações, haviam elementos bíblicos, elementos retirados da tradição, que se congregavam na via-sacra. Temos vias-sacras que chegam a contar 47 estações” explica Carlos Godinho, para quem a maior riqueza deste roteiro específico está na possibilidade de cada cristão se poder identificar um pouco melhor com o sofrimento de Jesus.
“Partindo desse elemento religioso, nós sentimo-nos envolvidos pela natureza, subimos o monte, sentimos como Cristo sofreu com a Cruz às costas, a dificuldade do caminho, mas também a exigência da própria vivência, para depois vivermos a experiência da ressurreição, também” aponta o sacerdote.
Subir uma escadaria imponente, até ao Pretório (7ª estação), ou recordar a figura do Cireneu, que ajudou Jesus a levar a Cruz, rumo ao Calvário (11ª estação), são algumas das experiências que os fiéis estão convidados a vivenciar – na sua preparação para a Páscoa – ao longo de 3 quilómetros de via, por entre cedros imponentes e abóbadas esculpidas pela própria natureza.
A Mata do Buçaco, enquanto proposta para melhor viver estes 40 dias de Quaresma, foi tema de destaque este domingo, no programa «70×7», na RTP2.
70×7/JCP