Irmãos e irmãs
Como escutámos, os dois textos do Evangelho de São Marcos em Domingo de Ramos apresenta-nos Jesus em duas situações próximas, mas muito diferentes. Em pouco tempo, Jesus, da situação festiva com aclamações alegres e entusiasmadas do povo, adultos e crianças, passa para a situação de descrédito, rejeição, acusação, condenação, e crucificação fora dos muros da cidade.
Jesus é apresentado em grande solidão e profundo silêncio; Pedro negou Jesus, outros discípulos não são referenciados e as mulheres observam de longe. Foi aclamado como messias e descendente do rei David, “Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor” e passa a condenado por blasfémias e abandonado por todos.
Identificando-se com todos os que sofrem injustamente, Jesus pronuncia poucas palavras, mas quando lhe perguntam “És Tu o Messias, Filho de Deus Bendito?”, não deixa de responder: “Eu Sou.
Na solidão, Jesus mantém vivo o segredo da sua identidade que só será revelado depois da ressurreição. Como confessou e escreveu São Paulo, “Ele que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz” (Fil 2,6-8).
– Quem é Jesus para mim?
O centurião ao ver Jesus morrer na cruz, confessou: “Na verdade, este homem era Filho de Deus”. José de Arimateia pediu o corpo de Jesus, comprou um lençol e tratou da sepultura de Jesus.
-Quem é Jesus para mim? Quem é Jesus para cada um de nós?
Respondamos interiormente, num breve tempo de silêncio.
Eucaristia de Domingo de Ramos da Paixão do Senhor
Sé de Santarém, 24-03-2024
+ José Traquina