A comunidade de Santo António de Lisboa, no Sul do Brasil, terminou neste Domingo a Festa do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Necessidades. O programa abriu a 29 de Agosto, mas a preparação começou no fim de Maio, quando a coroa, o ceptro e a bandeira começaram a percorrer a localidade do Estado de Florianópolis.
De acordo com a tradição, a origem das festividades remonta a 1754. Além do cortejo imperial, um dos aspectos mais peculiares das celebrações consiste na coroação da imagem de Nossa Senhora das Necessidades, quando meninas vestidas de anjo apresentam uma encenação evocativa da Virgem Maria. A dramatização, considerada uma originalidade desta festa, realiza-se desde 1935.
O blogue Sambaqui na Rede 2 apresenta um ensaio fotográfico do programa religioso e profano das festas.
Um padre na origem da comunidade
O povoado de Santo António de Lisboa teve origem a partir da concessão de terras ao Padre Matheus de Leão e companheiros, em 11 de Janeiro de 1698.
A localidade cresceu com a chegada dos açorianos, a partir de 1748. A 27 de Abril de 1750, D. João V elevou-a à categoria de freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora das Necessidades.
D. Clara Manso de Avelar, doadora dos terrenos da igreja, era devota de Santo António, que, por isso, se tornou padroeiro secundário. Em 1856, passou a ser o nome oficial da freguesia. Em 1943, a designação foi alterada para Rerituba («abundância de ostra», em língua guarani). Cinco anos depois, a comunidade recebeu a denominação actual.
A construção da igreja, considerada uma das mais belas expressões do barroco no sul do Brasil, foi concluída em 1754.
Foto: Encenação evocativa da Virgem Maria