O povo brasileiro espera que Bento XVI confirme “a opção clara pelos mais pobres” e “um empenho mais forte pela justiça” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Tony Neves, missionário espiritano, que chegou deste país lusófono há poucos dias. Com cerca de 180 milhões de pessoas e uma “riqueza fantástica”, o Brasil está “na mão de meia dúzia de pessoas”. E acrescenta: “na generalidade, o povo vive muito mal”. Bento XVI visita este país de 9 a 14 de Maio. “A pobreza tem a expressão mais visível nas favelas e notamos situações inconcebíveis para um país que se diz cristão” – frisou o missionário espiritano. É esta camada populacional que espera palavras de alento de Bento XVI. “Essa é a grande expectativa”. Esta opção pelos mais pobres não é uma directiva apenas da “Teologia da Libertação”. Os pobres deverão “ser uma opção evangélica” e “não apenas ideológica”. A Igreja não pode “esquecer o dia a dia das pessoas” – frisou o Pe. Tony Neves. Por outro lado, os jovens brasileiros querem que o Papa dê força ao trabalho da igreja e da evangelização. “São estes os compromissos dos cristãos”. Ao acompanhar os meios de comunicação social, o Pe. Tony Neves realça que estes esperam que o Papa “sancione esta caminhada assimétrica”. Ao visitar o Santuário da Senhora da Aparecida, o missionário encontrou no povo uma “respiração Bento XVI”. Para receber o líder dos católicos, o Brasil está num processo de transformação. “Estradas reparadas e grandes painéis a anunciar a ida de Bento XVI”. E concluiu: “o povo está em êxtase porque, pela primeira vez na história haverá um santo brasileiro”.
