Francisco associa-se à «Campanha da Fraternidade 2023», dos bispos católicos
Cidade do Vaticano, 22 fev 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que “a partilha dos dons que o Senhor concede” deve ser uma atitude constante, numa mensagem para a ‘Campanha da Fraternidade 2023’, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Quaresma.
“A indicação dada por Jesus aos seus apóstolos ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos – do muito ou do pouco que temos – com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome”, escreveu Francisco, na mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança hoje, Quarta-feira de Cinzas 2023, a sua ‘Campanha da Fraternidade’, com o tema ‘Fraternidade e fome’ e o lema “Dai-lhes vós mesmo de comer”, do Evangelho de São Mateus.
Francisco afirma que é seu “grande desejo” que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal, “leve não apenas a ações concretas – sem dúvida necessárias” – que vão de “modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados”.
“Mas também gere em todos a consciência de que partilha dos dons que o Senhor nos concede na sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome”, acrescenta o Papa.
Neste sentido, Francisco explica que deseja também que esta consciencialização pessoal “ressoe nas estruturas paroquiais e diocesanas”, mas também encontre eco nos órgãos de governo a nível federal, estadual e municipal, e nas “demais entidades da sociedade civil”.
“De modo que, trabalhando todos em conjunto, possam definitivamente extinguir das terras brasileiras o flagelo da fome”, acrescenta.
O Papa observa que a ‘Campanha da Fraternidade’ propõe que voltem “o olhar para os irmãos mais necessitados”, afetados pelo flagelo da fome, e citou o discurso no encontro com os Movimentos Populares, promovido pelo então Conselho Pontifício Justiça e Paz da Santa Sé (28/10/2014): “Milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável”.
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início esta quarta-feira (22 de fevereiro em 2023), com a celebração de Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 9 de abril).
“Ao preparar-nos para a celebração dessa entrega amorosa na Páscoa, encontramos na oração, na esmola e no jejum, vividos de modo mais intenso durante este tempo, práticas penitenciais que nos ajudam a colaborar com a ação do Espírito Santo, autor da nossa santificação”, acrescenta o Papa.
CB/OC