Brasília, 24 out 2014 (Ecclesia) – Os bispos brasileiros estão preocupados com o futuro dos povos indígenas do Maranhão e Mato Grosso do Sul, que consideram estar em causa depois do Tribunal Federal ter anulado o direito que eles detinham sobre alguns territórios ocupados.
Numa mensagem divulgada através da sua página oficial na internet, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil frisa que “a garantia dos territórios aos povos indígenas é um direito conquistado e consignado na Constituição Federal” e fruto da “luta árdua de muitas pessoas da sociedade brasileira”.
A Igreja Católica daquele país espera que a decisão do Tribunal Federal não represente um “retrocesso” no trabalho que tem sido feito e realça que “concluir a demarcação das terras indígenas é saldar uma dívida histórica para com os primeiros habitantes do Brasil”.
Ao mesmo tempo honrar estes acordos representa “mais um passo para a paz num território marcado por graves conflitos que já vitimaram inúmeras pessoas”.
Os bispos brasileiros lamentam que continue em marcha a “estratégia de questionar as demarcações das terras indígenas”, que têm por trás sobretudo “interesses económicos”.
Enquanto isso, “grande parte dos povos indígenas do Brasil continuam a viver no exílio, vítimas da apropriação indevida dos seus terrenos e da violência histórica cometida contra as suas propriedades”, recordam.
Muitas dessas comunidades, “enquanto aguardam” pela definição do seu futuro, têm de ficar “acampadas à beira das estradas ou nas poucas áreas de mata que ainda subsistem nas propriedades rurais”, sujeitas à “violência” e sem acesso a cuidados de saúde, à educação ou à água potável.
JCP