Número de protestantes passou de 6,6% para 22,2% da população em 30 anos; catolicismo perde fiéis
Brasília, 02 jul 2012 (Ecclesia) – O número de padres católicos passou de 16 772 para 22 119 entre 2000 e 2010, traduzindo um aumento de 5347 sacerdotes, anunciou esta sexta-feira a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Os dados resultam do censo realizado em 2010 pelo organismo de pesquisa religiosa criado pela CNBB, que também manifesta a ampliação do número de paróquias entre 1994 e 2010, crescimento que numa das zonas em que a Igreja Católica divide o Brasil atingiu quase os 50%.
Nas duas maiores regiões em termos populacionais, correspondentes ao Estados de São Paulo (Sul 1) e Minas Gerais e Espírito Santo (Leste 2), o aumento de paróquias foi, respetivamente, de 47% e 36%, indica o estudo do Centro de Estatística e Investigações Sociais (CEIS).
Para o padre e sociólogo José Carlos Pereira, estes números demonstram a “vitalidade da religião católica, por meio de um borbulhar de novas modalidades, ou novas formas de viver a fé católica”.
Os dados indicam “um retorno ao catolicismo dos afastados, mas também uma identificação maior daqueles que já praticavam o catolicismo, mas não se sentiam muito firmes, identificados com a doutrina católica”, observou o sacerdote que colabora com o CEIS.
“Por mais que se diga que houve aumento no número dos que se dizem sem religião, ou que cresceu o interesse e as adesões a novos grupos religiosos e a novas igrejas, a Igreja Católica revela-se ainda mais estruturada e em franca expansão”, vincou.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pertencente ao Estado, revelou, também na sexta-feira, os resultados do censo demográfico de 2010, que apontam para a queda do número de católicos.
O catolicismo era professado em 1970 por 91,8% da população, percentagem que caiu para 64,6% em 2010, totalizando 123 milhões de pessoas, num universo de 190 milhões.
Os protestantes constituíam 6,6% da população em 1980, enquanto que em 2010 eram 22,2% (42 milhões), reunidos em quase duas dezenas de Igrejas, das quais a mais importante em termos de fiéis é a Assembleia de Deus (12 milhões), seguida pela Evangélica Batista (perto de 4 milhões) e a Congregação Cristã do Brasil (2 milhões).
Segundo as mesmas estatísticas, 15 milhões (8% da população) declaram-se sem religião (mais 0,7% em comparação com o ano 2000) e quase 4 milhões (2%) afirmaram-se espíritas (variação positiva de 0,7%), enquanto que os adeptos de umbanda e candomblé se mantiveram nos 0,3%.
RJM