O Brasil continua a ter o maior número de católicos do mundo e a quebra na percentagem de fiéis da Igreja Católica deixou de descer. Os dados constam de um relatório apresentado pela Fundação Getúlio Vargas sobre mudanças no quadro das religiões naquele país da América Latina O estudo “Economia das religiões: mudanças recentes” versa sobre o orçamento familiar dos brasileiros colectados no ano de 2003. Foram pesquisadas mais de 63 religiões praticadas no país. Os católicos, que em 2000 eram 73,89% da população total, eram 73,79% em 2003, como revela o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta tendência contraria uma outra, de descida, verificada desde 1872. No total, o Brasil contaria com quase 140 milhões de católicos. A relação entre a população de católicos e evangélicos é de 4,7 para 1, mas o número de pastores é 3,7 vezes maior que o de padres ou religiosas. “A constatação de que a percentagem de católicos estabilizou entre os anos de 2000 e 2003 mostra que a Igreja reagiu e conseguiu sarar a ferida”, disse D. Pedro Luiz Stringhini, membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso. O Bispo Auxiliar de São Paulo, que falou durante a 45.ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reunida em Itaici, considerou que “a estabilização da percentagem de católicos é um facto positivo”, tendo em conta que “na década anterior os índices tinham caído, em comparação com outras religiões”. De facto, segundo informações do IBGE, nos anos 90 o número de católicos reduziu-se de forma acelerada no país, chegando a diminuir 1 ponto percentual por ano, passando de 83,3% em 1991 para os referidos 73,89% em 2000. Os dados oficiais do Vaticano, recolhidos pelo Departamento Central de Estatísticas da Igreja em 2004, apontam para um número de de católicos no Brasil superior a 155 milhões, o que representaria 84,5% da população.