Mensagem evoca a «destruição de casas», «pontes caídas», «estradas bloqueadas», como resultado das cheias que já causaram dezenas de mortes
Rio Grande do Sul, 03 mai 2024 (Ecclesia) – Os bispos do do Rio Grande do Sul (Regional Sul 3 da CNBB) apelaram à solidariedade, na sequência das chuvas torrenciais que estão a assolar a região.
“A crise climática tem causado grande instabilidade e insegurança em todo o nosso Estado. O momento é mais crítico do que no ano passado. Muitos estão cansados por suportarem pela terceira vez a força das águas. Precisamos reconstruir muito e, sobretudo, a esperança”, pode ler-se na mensagem.
De acordo com os últimos dados, divulgados esta quinta-feira, as cheias já provocaram a morte de mais de 30 pessoas e pelo menos 60 encontram-se desaparecidas, um número que pode vir a aumentar, explica o governador do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, uma vez que os trabalhos de resgate estão a ser prejudicados pelo mau tempo.
“Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul têm causado grande provação para a nossa população. Constatam-se mortes, desabrigados, ilhados, pontes caídas, estradas bloqueadas, destruição de casas e de construções. Parte da população está sem energia elétrica e com o abastecimento de água comprometido”, lamenta o Regional Sul 3 da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).
Na mensagem, os bispos destacam os sinais de fé e solidariedade que têm assistido, nomeadamente “o empenho das instituições governamentais, militares e civis dedicadas à defesa da vida” e o envolvimento das comunidades eclesiais que abrem “as portas para acolher os que perderam tudo”.
É como orienta o Papa Francisco: fizemos das nossas comunidades Hospitais de Campanha que socorrem imediatamente quem precisa”
Em todo o estado estão a ser realizadas doações, adianta a CNBB, que acrescenta que o Regional Sul 3 organizou uma campanha para apoiar os diversos municípios”.
“A nossa fé em Cristo impele-nos para continuarmos criando laços de amizade social, pois podemos estar ilhados, mas não isolados. Contamos com a oração de todos, precisamos!”, conclui.
Ao todo, 154 dos 496 municípios do estado registaram algum tipo de problema por causa da chuva, que afetou pelo menos 71,3 mil pessoas.
Segundo o boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, atualizado no início da noite de quinta-feira e citado pela Lusa, cerca de 14,8 mil pessoas estão fora das suas habitações, 5.645 estão alojadas em abrigos e 10.242 alojados.
Desde a última terça-feira, as tempestades no sul do Brasil causaram a destruição de estradas, pontes, provocado desabamentos e alagamentos.
O estado de calamidade pública está em vigor, desde a noite de quarta-feira, no estado do Rio Grande do Sul, por um período de 180 dias.
Durante o último anos, o Rio Grande do Sul, com uma população de 11 milhões de pessoas, tem sido atingido repetidamente pelo fenómeno climático El Niño, que provoca fortes chuvas no sul do país.
LJ/OC
