Brasil: Bispos católicos denunciam «escândalos de corrupção sem precedentes»

Conferência episcopal publica declaração sobre momento político nacional

São Paulo, Brasil, 15 abr 2016 (Ecclesia) – A Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB) publicou uma declaração sobre o momento político do país, uma “conjuntura desafiadora” marcada por “escândalos de corrupção sem precedentes”.

A tomada de posição, divulgado através da página do episcopado católico na internet, convoca o povo brasileiro a preservar os “altos valores da convivência democrática”.

A declaração sobre o momento nacional foi aprovada na 54.ª Assembleia Geral da CNBB que termina hoje em Aparecida, no Estado de São Paulo.

“Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Os meios de comunicação social têm o importante papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e respeito à verdade”, escreveram os bispos brasileiros.

Os prelados referem que acreditam “no diálogo, na sabedoria” do povo brasileiro e “no discernimento das lideranças” na procura de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz nacional.

A CNBB manifesta solidariedade com os “sofrimentos do povo” e destaca que quem paga a corrupção são os pobres, “os mártires da corrupção”, acrescentam, citando o Papa Francisco.

O documento assinala que os escândalos “não tiveram início agora” mas o que se revela no quadro atual tem “conotações próprias e impacto devastador”, incompreensíveis à maioria da população: “Empresários, políticos, agentes públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra seu preço”.

Aos três poderes da República é pedido também que “cumpram integralmente suas responsabilidades”, segundo a Constituição Federal e sublinham que o bem da nação quer de todos “a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas”.

“As suspeitas de corrupção devem continuar sendo rigorosamente apuradas. Os acusados julgados pelas instâncias competentes, respeitado o seu direito de defesa; os culpados, punidos e os danos, devidamente reparados”, escrevem.

A CNBB considera também que o processo de “impeachment” (destituição) da presidente da República é “uma das manifestações mais evidentes da crise atual” e espera o “correto procedimento” das instâncias competentes, “respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de direito”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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