Lisboa, 23 jan 2013 (Ecclesia) – D. Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, Brasil, é homenageado a 7 de fevereiro no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo, na sequência de ameaças de morte motivadas pelo seu apoio aos índios.
O prelado de origem espanhola defende a devolução de terras à população da etnia Xavante, refere o site da revista brasileira ‘Missões’, editada pelos Missionários da Consolata.
Depois de no início de dezembro os tribunais terem recusado dois recursos que tentavam adiar a retirada dos habitantes não índios da região, D. Pedro Casaldáliga teve de partir para localidade não revelada por motivos de segurança, decisão tomada contra a sua vontade.
Na ocasião 15 organizações da sociedade civil e da Igreja Católica, incluindo o Conselho Indigenista Missionário e a Comissão Pastoral da Terra, divulgaram uma nota de apoio ao religioso.
A 29 de dezembro D. Pedro Casaldáliga regressou a São Félix, no interior do país, estando agora sob proteção policial.
Vários líderes indígenas e responsáveis da Igreja Católica estão a ser ameaçados desde que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária iniciou o processo de expulsão da população não índia do território dos Xavante, adianta a mesma fonte.
A homenagem ao bispo que completa 85 anos a 16 de fevereiro é promovida pelo Comité de Solidariedade a D. Pedro Casaldáliga e ao Povo Xavante.
O missionário da ordem dos Claretianos chegou à Amazónia brasileira em 1968, tendo-se destacado pela posição em questões sociais e por criticar o regime militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985.
RJM/OC