D. Bernardo Bahlmann afirma que vão «colocar a caridade em prática»
Cidade do Vaticano, 10 jul 2019 (Ecclesia) – O bispo de Óbidos (Brasil) afirmou que o Barco-Hospital Papa Francisco é “um milagre” e vão “poder atender muita gente, uma vez que vivem 700 mil pessoas ao longo do Rio Amazonas.
“Estamos aqui realmente diante de um milagre e, se Deus quiser, vamos poder atender muita gente! Aqui, nós poderemos, de fato, colocar a caridade em prática, indo ao encontro daqueles mais necessitados, dos pobre e sem condições e que precisam de um tratamento melhor”, disse D. Bernardo Bahlmann.
O Barco-Hospital Papa Francisco, com consagrados e médicos, vai proporcionar atendimento espiritual e básico de saúde, onde vão poder realizar exames preventivos ao cancro a cerca de 700 mil pessoas no Rio Amazonas, de mil comunidades ribeirinhas, situadas em 12 municípios, no Estado do Pará, norte do Brasil.
“Muita gente, sobretudo no interior, já não vai mais para a cidade procurar um médico e fica doente em casa. Se as pessoas não vão até o hospital, o hospital vai até eles. E assim nasceu essa ideia, que se tornou um sonho e que surgiu às margens do Rio Amazonas, olhando pra ele”, disse o bispo de Óbidos e presidente da CNBB Norte 2 (Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros).
Esta iniciativa começou a ganhar forma em 2013, durante as Jornadas Mundiais da Juventude que tiveram lugar no Rio de Janeiro, no Brasil.
Na altura, Francisco visitou um hospital administrado pela Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, no Rio de Janeiro, e perguntou ao responsável pela instituição, o frei Francisco Belotti, se eles estavam presentes na região da Amazónia, e encorajou a congregação a criar um projeto naquele território.
A embarcação tem consultórios, centro cirúrgico, laboratórios, enfermaria e salas especiais, como de vacinação, para além de equipamentos para realizar os exames e os casos mais complexos vão ser encaminhados para os hospitais de base de Óbidos, Juruti e Alenquer.
O Barco-Hospital está a preparar-se para fazer expedições de 10 dias e a comitiva, que vai percorrer o trajeto hidroviário, também é composta por elementos da Marinha Mercante, religiosas das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, de São José dos Campos, e já existe uma lista de médicos interessados em ajudar, adianta o portal ‘Vatican News’.
O padre Vilson Groh, presidente de um instituto que procura sensibilizar o mundo empresarial a compreender a realidade das periferias em Florianópolis/SC, destaca a importância desta iniciativa que na véspera de Sínodo da Amazónia dá o exemplo ao outro extremo do Brasil para “sacudir também o rosto do sul” do país.
“Pensar numa Igreja de rosto Amazónico, é pensar em uma Igreja que vai ter que sacudir o rosto do Sul. Eu tenho uma esperança enorme nessa perspetiva, de que sejamos capazes de ouvir o espírito de um rosto amazónico que vem ao encontro de uma grande conversão nossa do Sul para um novo olhar sobre a dimensão da Igreja”, desenvolveu o sacerdote.
D. Bernardo Bahlmann e frei Francisco Belotti apresentaram o projeto ao Papa em novembro de 2018, no Vaticano.
CB/PR