Bragança: Padroeira convida a «descoberta da vontade de Deus» e a «caminhar unidos» – D. Nuno Almeida

Bispo presidiu à Eucaristia na Solenidade da Senhora das Graças, feriado municipal 

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Bragança, 22 ago 2024 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda afirmou hoje, na catedral diocesana, que a Senhora das Graças convida cristãos a permanecer na “contemplação e descoberta da Vontade de Deus” e a caminhar “unidos ao lado de cada um”.

“É este o caminho de alegria que a Senhora das Graças nos convida a trilhar: Permanecermos, também nós, na mais alta e apurada contemplação e descoberta da Vontade de Deus e, ao mesmo tempo, caminhar unidos ao lado de cada um”, afirmou na homilia, enviada à Agência ECCLESIA, na Solenidade de Nossa Senhora das Graças, padroeira da cidade de Bragança.

D. Nuno Almeida sublinhou que também “Maria não percorreu o caminho mais seguro nem o caminho mais cómodo”, trilhando “sempre o caminho mais fiel”: “Em cada passo do seu caminho, Maria discernia a vontade de Deus”.

Maria, Senhora das Graças, ensina-nos a olhar para o alto e para o lado, para os que estão à nossa volta para nos fazermos próximos”, pediu o bispo diocesano, desafiando assembleia a fazer “da vida uma peregrinação em direção a Deus e aos irmãos!”.

“Estamos chamados a ser Igreja que não procure oferecer ‘sinais de poder’, mas sim o ‘poder dos sinais’ compreensíveis para a sociedade atual, sinais que não contradigam a mensagem do Evangelho transmitida, oferecida e testemunhada. Tudo isto implica um rosto de igreja: família de famílias, comunidade de comunidades”, destacou o responsável católico.

No dia de feriado municipal em Bragança, o bispo diocesano evocou a Senhora das Graças como “Mãe, Mulher Admirável, Rainha de caridade e de paz”, que está diante de todos “com o coração ardente e cintilante fora do peito”.

“Um coração de mãe é ardente porque ama profundamente. O coração da nossa Mãe arde e ilumina!”, realçou.

D. Nuno Almeida assinalou que a “assídua participação de tantas pessoas na novena e a presença” de todos neste dia de festa “prova, mais uma vez, que a devoção mariana é uma característica bem evidente da fé cristã nas pessoas de Bragança e de todo o Nordeste Transmontano”.

Na celebração, a segunda leitura dos Atos dos Apóstolos apresentou a primeira comunidade cristã que, segundo o bispo, “procura continuamente o sentido da sua missão, rezando com(o) Maria, Mãe de Jesus”.

“Este é o modelo para conhecer o Evangelho e para dar testemunho dele no mundo de hoje”, frisou.

“Ensina-nos a rezar” (Lc 11, 1) foi o lema escolhido para a Novena da Senhora das Graças deste ano, em preparação do Jubileu de 2025 e, para D. Nuno Almeida, este é um ato que “nem sempre é fácil, mas tem de ser sempre simples”: “A simplicidade é o segredo da oração”

“A oração é sobretudo isto: sentir que estamos perto de Deus, sentir que Deus está perto de nós”, referiu.

Para D. Nuno Almeida, a Mãe ensina “a escuta, a caridade, o perdão, a coragem e até a estar, mesmo quando tudo parece desmoronar-se”.

Nós passamos e trabalhamos muito pelas pessoas, mas será que procuramos ‘estar’ realmente com os nossos irmãos e irmãs? Corremos até o risco de passar muito pelo próprio Deus e de ‘estar’ muito pouco com Deus. Quando passamos por uma Igreja ou por um Santuário, que tempo ‘estamos’ com Jesus no Sacrário?”, questionou, referindo que “por vezes, até uma romaria parece uma correria”.

O bispo diocesano apelou a não aparecer apenas nas horas de alegria, mas também nas horas de dor, procurando estar e fazer também companhia.

No final da homilia, D. Nuno Almeida explicou que Maria de Nazaré “é desde 1856 a padroeira muito amada da cidade de Bragança, desde 2001 a titular da Catedral e desde 2012 o nome da Unidade Pastoral”.

A Missa, em que esteve presente o bispo emérito, D. António Montes Moreira, foi animada liturgicamente pelo Coral Brigantino.

A celebração foi seguida de procissão pelas ruas da cidade, presidida pelo bispo de Bragança-Miranda.

“A Virgem Santa Maria é toda vestida de luz, mais brilhante que o sol, e envolve-nos no seu manto de afeto e ternura, como no seio materno. O seu coração é como uma fogueira acesa que arde e alumia, porque revestida da Luz”, afirmou, reforçando que “no coração de Maria, imensamente grande”, cabem todos e cada um “na sua singularidade”.

“Esta é a causa da nossa alegria e da nossa esperança”, enfatizou D. Nuno Almeida.

LJ/OC

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