Bragança-Miranda: Visitas pastorais são «uma experiência decisiva», com a preocupação de ir a todas as comunidades

«Quando estamos todos, e quando estamos inteiramente, até com a nossa pobreza, o nosso cansaço, o Senhor faz maravilhas» – D. Nuno Almeida

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Bragança, 07 out 2025 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda está a realizar as visitas pastorais, começou agora a percorrer a Unidade Pastoral da Santíssima Trindade e, até ao fim do ano civil de 2026, pretende terminar “o primeiro ciclo por toda a diocese”.

“Para mim, tem sido, de facto, uma experiência decisiva, porque estou há dois anos aqui na diocese. E é uma peregrinação que faço a cada comunidade, com a preocupação de visitarmos mesmo todas as comunidades onde houver alguém. Temos visitado algumas localidades onde só estão duas pessoas”, disse D. Nuno Almeida, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O bispo diocesano recordou a visita a Vinhais, na Unidade Pastoral Senhora da Encarnação, no verão de 2024, um dos párocos, quando começavam a Eucaristia, “numa capelinha pequena”, dizia ao ouvido, ‘estão todos aqui’, e “todos, às vezes, eram seis, sete pessoas, mas estavam todos”.

“E, quando estamos todos, e quando estamos inteiramente, até com a nossa pobreza, às vezes, e com o nosso cansaço, porque, às vezes, os dias também eram muito exigentes, o Senhor faz maravilhas”, assinalou.

D. Nuno Almeida iniciou uma nova visita pastoral este domingo, dia 5 de outubro, agora, às paróquias da Unidade Pastoral da Santíssima Trindade, no concelho de Miranda do Douro, e explica que procura “estar muito vigilante”,  consigo próprio, para “não ser o centro da visita, nem o pároco, nem nenhuma outra realidade”, porque vão “unidos, na amizade, na comunhão, mas em nome de Cristo”.

“E, muita coisa aconteceu ao longo destes dois anos,  porque fomos fiéis a este propósito, de deixar que o Senhor se torne como que visível, audível, e até tangível pelas pessoas””, assinalou.

A visita pastoral às comunidades, acrescenta o bispo de Bragança-Miranda, é uma oportunidade de levar essa “presença feliz às pessoas”, e é “sempre” um momento de encontro, de revisão da vida das próprias comunidades,  de perceberem “as dificuldades com um olhar muito realista, mas sempre com esperança, que é sempre possível avançar”, para além da “faceta importante” da visita do bispo “às realidades, às forças vivas, às instituições, às entidades públicas”, que é sempre uma possibilidade.

“É sempre muito importante a visita às escolas, é mesmo gratificante, porque se quebra o gelo com as crianças, e com os jovens, vêm muitas perguntas. E, nestes dois anos, nunca ouvi da boca das crianças e dos jovens perguntas banais, são sempre certeiras. Há uma pergunta que durante sete anos a ouvi em Braga, e durante sete anos também a ouvi em Viseu, porque acompanhei o bispo em muitas visitas pastorais: ‘Gosta de ser bispo? É feliz? Foi feliz como padre? É feliz como bispo?”, desenvolveu D. Nuno Almeida.

O bispo diocesano que responde “com sinceridade”,  dizendo que é “feliz com lágrimas”, explicou que as lágrimas são muito importantes até para lavarem o coração e a alma”, porque a tristeza e as lágrimas “não são o contrário da alegria, o pessimismo é que é o contrário da alegria”, porque bloqueia e impede de sere “pessoas de esperança.”

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Na Diocese de Bragança-Miranda vivem três Franciscanos Capuchinhos, da Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado (FIPA), que antecipam as visitas pastorais do bispo de dinamizam um Curso Bíblico, durante uma semana, 15 dias, que têm sido “momentos de descoberta para as pessoas”, e surgindo alguns ‘Grupos Semeadores da Alegria’.

D. Nuno Almeida nota “imediatamente” uma visita pastoral que foi preparada, “e sobretudo preparada a partir desta presença também dos frades Capuchinhos e destes encontros com a Palavra de Deus”, daquelas em que “não houve propriamente este tempo preparatório”, porque “as pessoas estão muito mais mobilizadas, muito mais também recetivas” aos passos que a visita pastoral convida a fazer, que “uma Igreja mais unida, mais sinodal e mais missionária”, é serem “fiéis, no fundo, à Palavra de Deus”.

O bispo da diocese do nordeste de Portugal adiantou ainda que as visitas pastorais estão no ritmo que, mais ou menos, estabeleceram, de durarem três anos, e já estão “a mais de meio”, de janeiro de 2026 até ao verão, é o Arciprestado de Mirandela, depois Moncorvo, e até ao fim do ano civil fazem “o primeiro ciclo por toda a diocese”.

CB/OC

A Diocese de Bragança-Miranda vai começar o Ano Pastoral 2025/2026 no 1.º Domingo do Advento, este ano a 30 de novembro, “porque está ao ritmo também da liturgia”, e este é o último do triénio do projeto pastoral: ‘Caminhar juntos para sermos Igreja sinodal de todos e para todos. Peregrinar unidos para anunciar, celebrar e testemunhar a alegria e a esperança do Evangelho’.

“No fundo, trata-se de estarmos unidos, sinodalmente unidos, para celebrarmos, para anunciarmos e testemunharmos o Evangelho. Dentro deste objetivo, estão alguns pontos muito concretos e também muito circunstanciados à Diocese de Bragança-Miranda”, explica D. Nuno Almeida, referindo-se às unidades pastorais, iniciativa, “em boa hora”, do seu antecessor D. José Cordeiro.

A diocese transmontana tem, atualmente, “18 unidades pastorais que congregam as paróquias”, e a intenção, este ano 2025/2026, é que “todas estivessem mais ou menos ao mesmo ritmo”, mas estão “conscientes” que “as estruturas não existem” sem um caminho espiritual, sem uma vivência espiritual profunda,  sem uma conversão ao Evangelho, “e se existem ficam simplesmente organização humana”.

“Isso significa para que haja, de facto, unidade pastoral, que em cada paróquia, mesmo nas mais pequeninas, se constitua, uma equipa pastoral presidida pelo pároco, que depois reúnam com regularidade num concelho da unidade pastoral, para, em diálogo, se faça também o discernimento sobre o caminho a seguir em cada unidade pastoral. Este passo é fundamental”, desenvolveu o bispo de Bragança-Miranda.

 

 

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