«Na Igreja nunca somos estranhos, somos sempre irmãos», destaca Ivone Calado, a partir da experiência deste serviço pastoral
Bragança, 25 set 2025 (Ecclesia) – A diretora do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda, que aceitou este desafio “com alguma surpresa”, nas vésperas do Jubileu dos Catequistas explica que estes agentes são quem “partilha com os outros a sua experiência profunda de fé”.
“O que torna o ser catequista absolutamente especial na vida de um cristão é que o catequista é aquele que partilha a experiência que ele próprio faz de Deus. E quando se faz esta experiência de Deus profunda na nossa vida temos que a partilhar. Catequista é isto”, disse Ivone Calado, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A entrevistada, que é também catequista, acrescenta que estes agentes pastorais fazem “um encontro com o Senhor todos os dias da sua vida”, e partilham essa “experiência de fé”, e é com isso que conseguem caminhar, por isso, “é tão especial”.
“E é esta alegria de partilhar a fé, de perceber como Deus me ama a mim, como Ele faz esta experiência de amor e de fé comigo, e eu partilho com os outros esta experiência de fé e de amor, que torna esta dinâmica absolutamente especial”, desenvolveu a diretora do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda, que considera que quando alguém “é catequista muito dificilmente deixa de ser, é uma vocação para a vida toda”.
Ivone Calado que, há vários anos, acompanha sobretudo grupos de Crisma, jovens que estão na “fase final do seu processo catequético” em preparação para receberem o sacramento da Confirmação, embora a catequese seja “para a vida toda, porque continua na catequese de adultos, e até da terceira idade”, destaca que “é uma experiência sempre nova”.
“Nunca há dois grupos de catequese iguais. Porque a experiência que cada adolescente ou jovem traz ao próprio grupo é a sua experiência pessoal, é a sua experiência de encontro, e dessa experiência de encontro todos vamos beber”, explicou, assinalando também que, nos últimos anos, com jovens, “mais a nível paroquial”, dos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – e do Brasil, “é uma experiência muito interessante perceber como a dinâmica da fé da Igreja da Universalidade é tão próxima”.
“Nós, na Igreja, nunca somos estranhos, somos sempre irmãos. Por isso, independentemente de estarmos em Cabo Verde, em São Tomé, ou em Portugal, a nossa experiência é de partilha, de encontro, de comunhão. E é isso que torna esta vivência e esta experiência tão particular.”
No âmbito do Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da Igreja Católica, realiza-se o Jubileu dos Catequistas entre sexta-feira e domingo, de 26 a 28 de setembro, em Roma e no Vaticano; do programa jubilar destaca-se a audiência com o Papa, às 10h00, este sábado, e, no dia seguinte, a Missa presidida, a partir das 10h00, na Praça de S. Pedro.
Nesta celebração, Leão XIV vai instituir no ministério de catequista 39 leigos e leigas de 16 países, incluindo Portugal; em maio de 2021, o Papa Francisco decidiu instituir o ministério de catequista, na Igreja Católica, através da carta apostólica (Motu Proprio) ‘Antiquum ministerium’.
Para a diretora do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda o Ministério do Catequista trouxe “relevância àquilo que é o serviço do catequista nas suas comunidades”.
“O ministério coloca-nos ao serviço mais alargado da Igreja, todos os ministérios colocam-nos neste serviço mais alargado. O Santo Padre, num momento particular, no Jubileu dos Catequistas, querer fazer esta instituição de catequistas dos cinco continentes é um passo importante para que também em Portugal, na Igreja, e na Igreja diocesana, darmos paulatinamente estes passos de irmos instituindo catequistas”, desenvolveu Ivone Calado.
O Secretariado da Catequese de Bragança-Miranda dinamizar o Jubileu diocesano dos Catequistas, com o lema ‘Esperança, luz que nos guia!, este sábado, dia 27 de setembro, na cidade Bragança, a partir das 14h30, com o acolhimento na igreja da antiga Sé.
A entrevista com Ivone Calado vai integrar o Programa ECCLESIA, emitido na rádio Antena 1, este domingo (dia 28), pelas 06h00.
OC/CB
Ivone Calado recordou que quando foi convidada para ser diretora do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda, por bispo D. Nuno Almeida, nomeado em 2023, este organismo “não tinha diretor”, desde o tempo da pandemia.
“Foi com alguma surpresa que aceitei este desafio e este convite do Sr. D. Nuno. Num primeiro momento, um bocadinho receosa, sou franca, porque sinto a responsabilidade, que é coordenar um sector importantíssimo na Igreja. Nós sabemos que não há Igreja sem catequese, e, portanto, assumimos este desafio, como toda a equipa que comigo trabalha, de coordenarmos a diocese”, recordou. A entrevistada fazia parte da anterior equipa do Secretariado Diocesano de Catequese, onde foi responsável da Catequese pela Pessoa com Deficiência, e tinha experiência ao nível da coordenação da catequese paroquial, por isso, a “primeira resposta” que deu ao D. Nuno Almeida foi “se a Igreja pede um serviço: ‘eis-me aqui’. “Nós conseguimos perceber que nas nossas comunidades, e naquilo que temos enquanto realidade diocesana, a maioria dos catequistas são mulheres. Portanto, assumir este lado maternal da Igreja, que também é mãe, penso que faria algum sentido; sobretudo aceitei-o com humildade, com a decisão de querer caminhar sempre junto, de querer estar presente e disponível, e isso foi o maior desafio, a mim pessoalmente, e depois ao resto da equipa”, desenvolveu. Ivone Calado destaca que nesta equipa do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda têm “responsáveis por cada arciprestado para fazer as pontes e as ligações na zona territorial”, continuar com uma pessoa responsável pela catequese da deficiência, “porque, muitas vezes, não há resposta”, e, em abril, no âmbito do Ano Santo, já participaram no Jubileu da Pessoa com Deficiência. |
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