Bragança-Miranda: D. Nuno Almeida pede que «sorriso de Deus» purifique «guerrilhas» e «mau humor»

Bispo diocesano afirmou que o Natal não é um «conto de fadas» e alertou para as portas fechadas a «peregrinos e migrantes»

Foto: Diocese de Bragança-Miranda

Bragança, 25 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda apelou a um Natal marcado pela verdade e pelo “sorriso”, rejeitando a escuridão da “hipocrisia” e das “guerrilhas” interpessoais, nas celebrações a que presidiu na Sé diocesana.

“Que a sua bondade desarmada nos purifique do mau humor, do mau feitio, da má cara, das guerrilhas entre nós, do coração endurecido e nos faça sorrir e amar”, pediu, na homilia da Missa do Dia de Natal, enviada à Agência ECCLESIA.

D. Nuno Almeida definiu a luz divina como “conhecimento e verdade”, em oposição à “escuridão da mentira, do cinismo, da ignorância, da hipocrisia, da desonestidade”.

O responsável católico desafiou os fiéis a deixar-se contagiar pela alegria do nascimento de Jesus para superarem a amargura quotidiana.

Para o prelado, a atitude cristã deve passar por um “sorriso humilde e simples”, capaz de irradiar esperança junto dos mais sós e doentes, definindo este gesto como uma forma de caridade: “Sorrir é acariciar com o coração”.

“Onde há amor, levanta-se uma luz no mundo; onde há ódio, o mundo permanece na escuridão”, alertou D. Nuno Almeida.

Na Missa da Noite de Natal, celebrada horas antes, o bispo de Bragança-Miranda já tinha alertado a assembleia para a necessidade de não “adocicar” a realidade com lendas.

“O Natal de Jesus Cristo não é uma história mágica de encantar; nem um conto de fadas; não é uma lenda para encantar ou adocicar a realidade que, por vezes, se nos afigura tão dura”, afirmou.

D. Nuno Almeida recordou o contexto difícil do nascimento de Cristo, sublinhando que Deus entra na história “num mundo com portas e corações fechados em Belém, sem teto nem lugar para peregrinos e migrantes”.

O bispo diocesano distinguiu a atitude dos “pequeninos” da postura dos poderosos face à esperança.

“Os grandes, os fartos e saciados, os autossuficientes, não conhecem a esperança, não sabem o que ela é. Quem confia somente nas próprias seguranças, sobretudo materiais, já não espera nada de Deus”, sustentou.

Apelando a uma fé ativa, o responsável concluiu que “o Natal não é ornamento, é movimento”, exortando as comunidades a passarem da esperança aos “gestos de caridade”.

A celebração do Natal, que no Cristianismo assinala o nascimento de Jesus, iniciou-se um pouco por todo o mundo na noite anterior ao dia 25 de dezembro, seguindo uma tradição que remonta aos primórdios da Igreja de Roma.

OC

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