Bragança-Miranda: Casa Pastoral Diocesana, no edifício do seminário, vai ter espaço para hospedaria

«Pela experiência, mesmo no país, não há nenhuma casa que sobreviva só com retiros», explicou D. Nuno Almeida

Bragança, 14 out 2025 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda disse que estão a rever os planos da Casa Pastoral Diocesana, que tem o “projeto aprovado” e está construída “a parte mais estrutural”, no edifício do seminário, para ser também hospedaria, para a sua sustentabilidade.

“A preocupação é termos uma casa que acolhe, que tem possibilidades para 60 camas, para retiros, para encontros, para alguém que passa e queira ficar, mas pela experiência, mesmo no país, não há nenhuma casa de retiros que sobreviva só com retiros. Não é possível”, disse D. Nuno Almeida, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O bispo de Bragança-Miranda explicou que “o projeto está aprovado” e têm “a parte mais estrutural” da Casa Pastoral Diocesana construída, o que lhes deu a possibilidade de rever os planos, o “arquiteto está a transformar o projeto para que seja um hotel ou uma hospedaria”, porque “não teria sentido, uma casa tão grande, com condições” para receber atividades de meio a meio ano, ou de três em três meses.

Esta alteração ao projeto inicial da Casa Pastoral Diocesana, em Bragança, vai possibilitar à diocese transmontana “receber grupos, sobretudo no que respeita ao turismo religioso”, de candidatar “esta obra aos fundos da União Europeia”, e “também rentabilizar”, quando não estiver a ser usada para retiros, para receberem hóspedes, para além de congressos, no “auditório e várias salas”.

O bispo de Bragança-Miranda destaca que o Seminário Maior de São José já tem cozinha e lavandaria, e “um espaço fabuloso”, com um “bosque muito grande”, de nove hectares, e campo de jogos.

No decreto de nomeações pastorais do ano 2024/2025, em setembro de 2024, o bispo brigantino anunciou que ia passar a residir no seminário diocesano, com aqueles que o acompanham no dia a dia, “por causa da fragilidade económica da diocese”, enquanto a Cúria e os restantes serviços continuavam na Casa Episcopal.

D. Nuno Almeida lembra que esta mudança “já estava prevista”, o projeto Casa Pastoral Diocesana tem “um pequeno apartamento episcopal”, com a intenção de “ter um ambiente de família”, mas antecipou essa decisão, salientando que no seminário funciona a Escola de Formação de Ministérios, o IDEP – Instituto Diocesano de Estudos Pastorais, os movimentos têm muitas atividades, e há grupos que pedem para celebrar a Eucaristia, e fazer refeições.

“A Casa Episcopal foi adaptada, nunca teve este ambiente familiar que precisamos todos. Sobretudo à noite, e ao sábado e domingo, morar sem ninguém é um pouco assustador. Esta decisão de habitar no seminário permite que façamos um dia a dia muito simples, com os sacerdotes que residem ali, também os sacerdotes idosos, os três seminaristas. E, depois, é uma casa onde há vida, porque há um andar que está ocupado por estudantes do IPB [Instituto Politécnico de Bragança, ndr.]”, desenvolveu.

Sobre a “fragilidade económica da diocese”, o bispo de Bragança-Miranda explicou que teve “a sorte de encontrar uma diocese sem dívidas, com algumas obras de vulto”, como a catedral, “mas economicamente muito frágil”, e percebem nas contas que mantêm a diocese “porque a maior parte de quem trabalha o faz voluntariamente”.

“Com os encargos fixos que a diocese tem, em termos também das responsabilidades com o seminário e com o funcionamento da cúria, estamos nesta situação frágil. Apercebemos, logo no início, que era preciso reduzir despesas, e tentarmos aumentar um bocadinho as receitas. Uma das formas de reduzir as despesas, por exemplo, foi termos só uma casa, só uma cozinha, só uma lavandaria, o aumentar a receita significa um apelo à generosidade, e também uma questão organizativa”, acrescentou D. Nuno Almeida.

O bispo de Bragança-Miranda realça que “a diocese é uma família de famílias, ou uma comunidade de comunidades”, e tem também que “ter responsabilidade em relação a cada paróquia, se um sacerdote está a passar dificuldades”, para além de ter “sempre alguém em formação”, sobretudo sacerdotes, em Salamanca e em Roma, mas também diáconos permanentes e sobretudo os leigos que trabalham nos secretariados.

CB/OC

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