«Continua a ser hoje para nós um incentivo a fazer da vida, com Jesus, uma Eucaristia permanente», afirmou D. Nuno Almeida
Macedo de Cavaleiros, 16 ago 2024 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda destacou, esta quinta-feira, que a Irmã Maria João Evangelista, fundadora das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado (SFRJS), “era uma mística”, na abertura do inquérito diocesano da Causa de beatificação e canonização.
“A Irmã São João era uma mística. Muitas pessoas que a conheceram e com ela conviveram registam numerosos factos que as edificaram e sentem enorme gratidão pelas graças que, com a sua oração, obteve de Deus”, disse D. Nuno Almeida, na intervenção conclusiva da sessão, realizada durante a tarde, na Igreja de Santa Maria Mãe da Igreja, em Macedo de Cavaleiros.
Nascida a 4 de abril de 1888, na aldeia de Pereira, em Mirandela, Alzira da Conceição Sobrinho “distinguiu-se, desde muito jovem, por uma ardente devoção da Eucaristia”, assinalou o bispo diocesano, que ressalta que “o seu amor levou-a à oferta total da sua vida”.
“Pela sua vida de oração profunda e intenso amor a Jesus, pela sua caridade, espírito de sacrifício e incondicional obediência continua a ser hoje para nós um incentivo a fazer da vida, com Jesus, uma Eucaristia permanente”, salientou, informa a diocese de Bragança-Miranda numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
Segundo o bispo diocesano, “o místico cristão é alguém que experimenta uma profunda relação de amor com Jesus Cristo” e “esta ‘relação de amor’ afeta todos os aspetos da sua vida”.
“O místico faz uma experiência tão forte e envolvente de Deus que não a pode guardar somente para si. O místico recebe um carisma, que é um dom do Espírito Santo dado a uma pessoa para o bem de todos. Tudo isto nós podemos ver na biografia da Irmã São João”, enfatizou.
Citando os místicos cristãos que dizem que “o amor verdadeiro nunca poderá ser uma relação privada e ‘doce’” entre o Eu e Deus, pelo contrário, que este se vê sempre no “amor sofrido pelos outros”, D. Nuno Almeida evidenciou que “assim aconteceu com a Irmã Maria de São João Evangelista”.
“Os místicos ensinam-nos a nunca separarmos os dois mandamentos que Jesus uniu: o do amor a Deus e do amor ao próximo! Assim foi com a Irmã São João”, frisou.
O bispo diocesano deseja que o testemunho da fundadora das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado ajude todos “a crescer na experiência de fé, que é mística ou não tem qualidade, ou seja, viver na mais alta contemplação e caminhar lado a lado com todos, especialmente os mais pecadores, os mais frágeis e sofredores”.
D. Nuno Almeida agradeceu a presença das autoridades religiosas e civis, dos consagrados e consagradas, saudando especialmente a Irmã Emília Seixas, superiora geral e religiosas das SFRJS, os familiares, os amigos e simpatizantes da Irmã Maria de São João Evangelista.
“Um obrigado especial a todos quantos já muito trabalharam e vão trabalhar na Causa que hoje estamos a iniciar na sua fase diocesana. Sem esquecer todos os que mais discretamente irão colaborar, de tantos modos, na Causa de beatificação e canonização da Serva de Deus Irmã Maria de São João Evangelista”, referiu.
A Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado foi fundada em 1950 e Alzira da Conceição Sobrinho entrou como religiosa, assumindo o nome de Irmã Maria de São João Evangelista.
A religiosa acabou por falecer em Chacim, em Macedo de Cavaleiros, a 10 de junho de 1982, aos 94 anos, sendo sepultada em Pereira.
LJ
A canonização representa, na Igreja Católica, a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Este é um ato reservado ao Papa, desde o século XII, a quem compete inscrever o novo Santo no cânone. OC |