Bragança-Miranda: Bispo quer «pôr em ordem» as contas da diocese

Em causa está a prevenção de situações como a dívida de «650 mil euros» contraída «com as obras da Catedral» local

Bragança, 15 nov 2012 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda quer uniformizar os critérios de gestão da diocese, para promover uma aplicação mais sustentável e equitativa dos bens financeiros angariados em nome da Igreja. 

Na edição mais recente do semanário Mensageiro de Bragança, D. José Cordeiro sublinha que é preciso “pôr em ordem” as contas da administração católica local, dando como exemplo “as dívidas contraídas com as obras da Catedral”, que chegam aos “650 mil euros”. 

Para o prelado, esta situação “quase insuportável, ingovernável” é “fruto de alguma má gestão, de má configuração aos valores do Evangelho”. 

Mesmo que o dinheiro seja “pouco, se for bem distribuído, chega para todos e ainda sobra” sustenta aquele responsável, recordando o episódio bíblico da “multiplicação dos pães”. 

Em marcha está já a definição dos estatutos do Conselho Paroquial dos Assuntos Económicos (CPAE), que irá permitir também ao bispo diocesano acompanhar mais de perto a distribuição dos recursos pelas diferentes paróquias. 

“Uma Igreja que seja organizada na caridade não pode permitir que haja instituições e paróquias que têm muitos bens e outras que vivem na penúria e algumas situações que até estão na falência, quase como acontecia com a diocese”, realça D. José Cordeiro. 

A linha orientadora do CPAE está a ser construída em consonância com todos os párocos e colaboradores pastorais, sendo certo que a ação do novo organismo vai abranger o trabalho realizado pelas comissões de festas e outras associações dentro da Igreja. 

O objetivo deste projeto passa também por contrariar a mentalidade instalada em algumas pessoas ou comunidades, que olham para o dinheiro angariado em nome da Igreja como algo que pertence apenas à sua paróquia. 

D. José Cordeiro espera que as mudanças que estão a ser implementadas e a formação que está a ser dada aos sacerdotes e leigos, favoreçam um clima de maior “transparência” nesta área pastoral.

MDB/JCP

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