«A ação pastoral não esteve suspensa mesmo neste tempo de pandemia de Covid-19» – D. José Cordeiro
Bragança, 22 mai 2020 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda desejou hoje que o presbitério e “toda” esta Igreja local “seja cada vez mais um lugar de caridade fraterna” na Missa Crismal, presidida sem comunidade na catedral, no 475.º aniversário da criação desta diocese.
“Renovamos a gratidão, neste momento da ‘linha da retaguarda orante’, os da ‘linha da frente; É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus Cristo vivo, a transformar e a renovar o mundo”, disse D. José Cordeiro.
O bispo de Bragança-Miranda presidiu hoje à Missa Crismal – que se habitualmente celebra na manhã da Quinta-Feira Santa e foi adiada por causa a pandemia do novo coronavírus – no 475.º aniversário da criação desta diocese e destacou que a “ação pastoral não esteve suspensa mesmo neste tempo da Covid-19”.
“A aparente “calma apostólica” está a ser fecunda gerando renovados bons pastores e redescobrindo os ministérios laicais e serviços eclesiais”, acrescentou.
D. José Cordeiro explicou que esta celebração “recomeça na esperança, em tempo de vésperas”, a experimentar as orientações para as celebrações litúrgicas comunitárias e alertou aos que pensam que “vão voltar” ao que deixaram há dois meses, quando foi decretado o isolamento social e a suspensão comunitárias das Missas, que é preciso de “recomeçar, começar de novo”.
Que este tempo tão duro, desgastante, tão cansativo seja nova oportunidade de recomeço, foi um período muito prolongado. Espero que tenha feito bem a todos nós. Certamente, neste tempo houve muitas dúvidas, experimentamos uma Semana Santa como nunca e estamos ainda neste tempo de vésperas”.
Na Missa Crismal, o bispo consagra e benze os santos óleos, o azeite para a celebração do Batismo, da Confirmação, da Unção dos Doentes, da Ordenação dos Presbíteros e do Bispo, da dedicação da igreja e do altar.
D. José Cordeiro partilhou, segundo um texto que recebeu, que os “irmãos” reclusos do estabelecimento prisional de Bragança “conseguiram arranjar maneira de armazenar azeite suficiente para uma pequena lamparina acesa diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima”.
O responsável católico assinalou que a Eucaristia é para cada presbítero “dom e serviço” e serem pastores discípulos eucarísticos permanentes em Jesus Cristo “é o Evangelho da Esperança”, que Jesus propõe no “caminho de santidade das Bem-Aventuranças e, entre estes, a obediência, o celibato e a pobreza, a serem vividos na condição própria do presbítero diocesano com o povo fiel e santo de Deus”.
“A simplicidade de vida e a partilha têm de ser uma realidade cada vez mais generosa entre nós. Por isso, não podemos agradar a Deus e ao dinheiro”, referiu.
O bispo de Bragança-Miranda destacou que os padres são “homens da ação centrados na Eucaristia”, que é ao mesmo tempo, “cume e fonte de toda ação da Igreja” e questionou se “não será o tempo de ‘menos Missas e melhor Missa’, após da experiência de ‘Missas sem povo e do povo sem Missa’”.
A diocese transmontana que está hoje em festa é sufragânea da Arquidiocese de Braga, o seu território atual pertenceu a esta arquidiocese até 1545; O Papa Paulo III criou a Diocese de Miranda do Douro a 22 de maio de 1545, pela Bula ‘Pro excellenti Apostolicae Sedis’, a pedido do Rei D. João III; a designação de Diocese de Bragança-Miranda foi concedida pela Santa Sé no dia 27 de maio de 1996.
CB/OC
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