«As irmãs cuidam dos seminaristas e da equipa como mães, a partir de um carisma» – D. Nuno Almeida
Bragança, 04 out 2025 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda tem “só um seminarista em Teologia”, e destacou positivamente a mudança de instalações do Seminário Interdiocesano de São José, a vontade de “mais alunos, e uma vida comunitária e académica e pastoral ainda mais profunda”.
“Era preciso mudar de casa, houve uma tentativa de procurar outra solução em Braga, entretanto, surgiu esta possibilidade de Gondomar e, de facto, as condições são muito boas. As irmãs cuidam dos seminaristas e da equipa como mães, a partir de um carisma também, e tem sido, de facto, um início de ano muito bom”, disse D. Nuno Almeida, em entrevista à Agência ECCLESIA, esta sexta-feira, 3 de outubro, na Casa Episcopal.
O Seminário Interdiocesano de São José foi criado por iniciativa das Dioceses de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu, em 18 de julho de 2013; mudou de localização neste ano académico 2025/2026 e instalou-se em Gondomar (Diocese do Porto), numa casa das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, na Quinta da Azenha, após doze anos em Braga, no edifício do antigo seminário da arquidiocese minhota, na Rua de Santa Margarida.
Os seminaristas das quatro dioceses vão continuar a frequentar a Faculdade de Teologia, da Universidade Católica Portuguesa (UCP), mas, agora, no Centro Regional do Porto, e D. Nuno Almeida assinala que “não havia aqui nenhuma dificuldade, não havia obstáculo, em passar de Braga para o Porto”.
O bispo de Bragança-Miranda realça que esta mudança do Seminário Interdiocesano de São José “foi uma decisão que foi refletida, foi dialogada” com a Arquidiocese de Braga e entre as quatro dioceses, “entre a equipa e os bispos”, adiantando que na diocese do nordeste tiveram “dois conselhos presbiterais sobre este tema”.
“É uma mudança em ordem, a condições, mesmo de casa, muito boas, e, ao mesmo tempo, tentando que este projeto ganhe consistência, e que, a partir deste ano, com os novos estatutos, possamos ter também um seminário com mais alunos e uma vida comunitária e académica e pastoral ainda mais profunda.”

A celebração de início do Ano Formativo 2025-2026 no Seminário Interdiocesano de São José realizou-se esta quinta-feira, dia 2 de outubro, memória dos Santos Anjos da Guarda; a comunidade participou numa Eucaristia, presidida pelo bispo da Guarda, D. José Miguel Pereira, que é o ‘bispo moderador’ deste novo ano no acompanhamento da formação presbiteral.
Segundo D. Nuno Almeida, a Diocese de Bragança-Miranda tem “só um seminarista em Teologia”, “o Humberto, que está muito feliz”, mas começaram o ano letivo anterior com dois, “entretanto, um discerniu, achou que deveria interromper”, afinal “a vocação é sempre um mistério muito grande, chamamento divino, mas resposta humana”.
O bispo diocesano explica que vivem “uma emergência vocacional”, tem outro estudante no 12.º segundo, e há outro jovem que “está a terminar o doutoramento no IPB [Instituto Politécnico de Bragança]”, e põe a possibilidade de, “no próximo ano, poder integrar e entrar para o Tempo Propedêutico”.
‘Rezar, sair, chamar, e acompanhar’ são os quatro verbos a partir dos quais “está organizado” o ‘Seminário em Família’, e vão dar início a um Lausperene Diocesano, uma “corrente de oração” onde “há sempre uma paróquia ou uma comunidade em oração”, onde “a primeira preocupação é a paz e a segunda é, precisamente, a oração pelas vocações”, que está a ser organizada com as Irmãs Reparadoras.
“Mas com esperança, porque, o ‘Seminário em Família’ há um grupo alargado, no que se refere aos mais jovens, até ao 9.º ano, no grupo do secundário e, também, temos um grupo de jovens do Ensino Superior, sobretudo aqui no IPB, que estão connosco e vão fazer um discernimento vocacional”, referiu.
Neste novo ano formativo, as Dioceses de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu têm no Seminário Interdiocesano 11 alunos: ano propedêutico, discipulado (1º e 2º ano), configuração I (3º e 4º ano) e II (5º e 6º ano).
CB/OC
![]() “Ao mesmo tempo, foi-se analisando a situação, também em termos de número de seminaristas, manteve-se sempre diálogo com a Arquidiocese de Braga, e queria aproveitar a oportunidade para manifestar-me em meu nome, em nome da nossa diocese, e das outras três dioceses, a nossa maior e profunda gratidão à Arquidiocese de Braga. Acolheram o seminário interdiocesano, isto implicou até um esforço económico muito grande, e foram anos muito fecundos, que devemos agradecer”, desenvolveu o bispo de Bragança-Miranda. Na carta aos presbíteros e diáconos, entregue na Assembleia do Clero, no dia 7 de outubro, D. Nuno Almeida explica que foi razão desta mudança de localização o facto de terem “sido convidados a deixar a casa em Braga, à qual a Arquidiocese dará outro destino”, e as quatro dioceses procuram “uma solução pedagógica e económica mais adequada”. “Urge olhar para o Seminário Interdiocesano de S. José, não só a pensar na sua estabilidade, mas sobretudo no seu objetivo: formar aqueles homens que, desde as nossas Igrejas particulares, Deus chamar a viver o Ministério Ordenado para o bem das mesmas”, acrescentou, na carta aos padres e diáconos, enviada à Agência ECCLESIA. |
Notícia atualizada no dia 7 de outubro
Igreja/Vocações: Seminário Interdiocesano de São José muda-se para a Diocese do Porto
Clero/Vocações: Santa Sé aprovou os estatutos do Seminário Interdiocesano de São José