Bragança: É preciso traduzir o evangelho nas comunidades locais

Decorre, em Balsamão, a Semana de Espiritualidade sobre a Misericórdia de Deus com o II Concílio do Vaticano como pano de fundo

Balsamão, Bragança, 13 abr 2012 (Ecclesia) – O II Concílio do Vaticano “não está esgotado” e “tem muita palavra para saborear”, disse, hoje, à Agência ECCLESIA o padre Basileu Pires em relação à Semana de Espiritualidade sobre a Misericórdia de Deus.

A decorrer em Balsamão (Macedo de Cavaleiros e diocese de Bragança-Miranda), até domingo, esta iniciativa organizada pelos Marianos da Imaculada Conceição pretende celebrar também os 50 anos da abertura II Concílio do Vaticano com o tema «A Igreja ao ritmo da misericórdia»

Desde a grande assembleia realizada há 50 anos no Vaticano, a “Igreja afinou a fé, celebração e vida numa atitude de misericórdia”, referiu o sacerdote daquela congregação religiosa.

Partindo do eixo da misericórdia, a semana de espiritualidade contou já com conferências de D. Albino Cleto, bispo emérito de Coimbra; Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, e do padre José Carlos Martins.

Como, outrora, existia uma postura “mais moralista da vida cristã”, o padre Basileu Pires sublinha que o Concílio abriu a Igreja “para a dimensão da misericórdia com os irmãos separados e para com as outras religiões”.

“Uma atitude de diálogo e de misericórdia para com o homem de hoje”, reconheceu o sacerdote que acrescenta: “Outros documentos dos papas posteriores ao concílio seguem o mesmo filão”.

Os “pedidos de perdão” que vieram após o Concílio e que culminou, no Jubileu do ano 2000, “com a purificação da memória” são exemplos da igreja que caminha ao ritmo da misericórdia.

Ao longo dos últimos 50 anos, a tónica da misericórdia aparece “claramente, mesmo com Bento XVI com a encíclica «Deus caritas est»”, afirmou o padre Basileu Pires.

O atual papa, Bento XVI, foi “um dos teólogos” do Concílio e “esteve muito próximo de João Paulo II” neste caminho de misericórdia.

Os documentos conciliares “já irradiaram sobre a Igreja e o mundo” e “os efeitos benéficos fazem-se sentir”, revelou.

Apesar do caminho feito, o sacerdote dos Marianos da Imaculada Conceição frisou que “é preciso traduzir o evangelho nas comunidades locais” porque “a caridade tem de ser organizada”.

Este sábado, D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda falará sobre «João Paulo II: O apóstolo da misericórdia».

Os cerca de 30 participantes na semana de espiritualidade “estão ansiosos” porque o bispo de Bragança-Miranda tem “tocado pela sua capacidade de comunicação e profundidade”.

A casa de retiro e repouso de Balsamão, onde se realiza a XV Semana de Espiritualidade sobre a Misericórdia de Deus, faz parte do Convento de Balsamão, da Congregação religiosa dos Marianos da Imaculada Conceição, situado no cimo de um pequeno monte, a alguns quilómetros de Macedo de Cavaleiros (diocese de Bragança).

LFS

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Agência ECCLESIA

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