Braga vai ter Centro de Atendimento à Vida

Anunciou D. Jorge Ortiga na Solenidade da Imaculada Conceição O Arcebispo de Braga anunciou ontem (dia 8 de Dezembro) no Santuário do Sameiro que vai ser criado na Arquidiocese o Centro de Atendimento à Vida, estando neste momento a ser delineados os seus contornos e analisadas as suas exigências. D. Jorge Ortiga, que presidiu à celebração eucarística, salientou que a Igreja bracarense está do lado dos princípios e age sem aguardar resultados imediatos. Segundo explicou na sua homilia, o Centro, a criar já no próximo ano, vai contar com «uma equipa de atendimento permanente», onde vão colaborar «profissionais oriundos do mundo da saúde, da bioética e da assistência social. «Iremos proporcionar acolhimento a mulheres em situação de desespero no momento difícil de decidir sobre o futuro duma vida; apoiar famílias carenciadas com recém-nascidos, acompanhar casais em vias de ruptura conjugal, numa mediação familiar séria e serena; formar e aconselhar pais e famílias para prevenir situações de risco, como por exemplo a violência doméstica; afrontar o fenómeno da prostituição que cresce assustadoramente no nosso contexto social, num aproveitamento fácil de mulheres e jovens incautas, muitas delas oriundas de países estrangeiros», revelou. Perante muitas centenas de fiéis que encheram a cripta do Santuário do Sameiro, o prelado defendeu que a problemática da vida é muito complexa e não se resolve com soluções fáceis e fórmulas já feitas. «Há muito caminho a descobrir e a percorrer, encorajados pelo reconhecimento das razões e causas da Igreja por parte da ciência», salientou. D. Jorge Ortiga considerou mesmo ser necessário suscitar «uma pastoral criativa com propostas dum humanismo verdadeiro e integral». «Encontrar soluções mais adequadas nem sempre é um processo simples e linear, antes exige muita reflexão e diálogo. Muitos poderão optar aceitando razões sem verdadeira fundamentação. É mais cómodo e mais comum. Só que nem sempre a verdade está naquilo que a maioria pensa ou faz. O crente sabe que, com Maria, “encontra graça diante de Deus” e que o “Senhor está connosco” e espera encontrar soluções geradoras de alegria para as crianças, que correram o risco de não nascer e para as mulheres que, tantas vezes sujeitas a pressões exteriores, rejeitaram a vida que traziam dentro de si, e que arrastam um peso que a consciência séria e bem formada não “descarrega” com facilidade. Queremos que elas, reconciliadas com a vida, libertas de uma culpa que nem sempre é sua, recomecem uma etapa nova», realçou D. Jorge Ortiga. Para o prelado, a vida a emergir e a crescer é a beleza, por excelência, que nunca se deveria banalizar, mas contemplar. «É enternecedor olhar para uma mãe quando coloca nos seus braços, pela primeira vez, o fruto do seu ventre e do amor conjugal. Poderá parecer que se prende a gestos de curiosidade no querer saber como é e com quem se parece. Penso, porém, que o êxtase perante alguém que pode tocar e contemplar a coloca, quase sempre, em silêncio e na atitude de se encontrar face a uma vida irrepetível. Tudo o resto é secundário naquele encontro. Basta o contemplar um ser que nada diz em palavras mas que é expressão eloquente dum amor vivo e continuação de vidas que se uniram. Neste horizonte, a Imaculada Conceição sublinha a maravilha da maternidade e da paternidade, recordando-nos que do “sim” de Maria dependeu uma história que a ultrapassa. Aconteceu e continuará a acontecer», salientou.

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