Braga: Uma cidade pioneira na aplicação das diretivas do Concílio de Trento

Em novembro realiza-se nesta localidade minhota um congresso internacional para aprofundar o impacto das normas tridentinas

Braga, 28 mai 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, considera que a reforma do Concílio de Trento poderá ser “um apelo” para que nos tempos atuais se consiga “delinear trajetórias de um futuro novo”.

Na conferência de imprensa, realizada esta sexta-feira, para apresentar congresso internacional sobre «Concílio de Trento. Restaurar ou Inovar. 450 anos de história», o prelado bracarense referiu à ECCLESIA que “conhecer a história dá para compreender o presente e dá para aprender com a mesma história”.

O Concílio de Trento (1545-1563) acontece num período de “crise religiosa e, consequentemente, civil” e “significa uma insistência na formação do clero e dos leigos”, acentuou D. Jorge Ortiga.

Com o “contributo imprescindível” do beato Frei Bartolomeu dos Mártires, uma das grandes preocupações desta assembleia magna foi a formação do clero, visto que havia “a constatação que esta era insuficiente” e, em alguns casos, “quase se contentavam apenas com o saber do latim do breviário e do missal”, frisou o cónego José Paulo Abreu, elemento da comissão organizadora do congresso.

A realizar na cidade de Braga, de 6 a 8 de novembro de 2013, este congresso dará a conhecer “um concílio absolutamente marcante no contexto da modernidade e na redefinição da estratégia da igreja no século XVI”, adiantou José Eduardo Franco, elemento da comissão organizadora.

Numa Europa que saía da idade média e que “se desagregava enquanto unidade no seu conceito de cristandade medieval, devido à emergência do protestantismo e dos problemas internos da igreja”, o Concílio de Trento imprimiu “uma renovação interna e externa”, refere José Eduardo Franco.

Com um impacto “enorme e em vários quadrantes” na Península Ibérica, o congresso pretende “ser uma proposta para se conhecer” a influência do concílio “na cultura portuguesa”, acrescenta.

“Nunca se o estudou de forma aprofundada, no plano teológico e doutrinal, mas também no seu plano de impacto e receção nos vários campos da cultura”, lamentou.

O concílio teve a participação de um grupo de teólogos portugueses que deixaram uma “marca importante” e Braga é “cidade tridentina por excelência onde os decretos conciliares começaram logo a ser aplicados”, explicou José Eduardo Franco.

Quando se realizou o concílio, a diocese de Braga “era enorme (Vila Real, Bragança-Miranda, Viana do Castelo)”, mas D. Frei Bartolomeu dos Mártires “deu-se ao cuidado de visitar pastoralmente a diocese inteira para levar a palavra e o estímulo”, avança o cónego José Paulo Abreu e conclui: “Braga não podia alhear-se do Concílio de Trento”.

PTE/LFS

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