Braga: Um café para mais necessitados

Mensagem de Quaresma de D. Jorge Ortiga destina ajuda da comunidade católica ao Fundo «Partilhar com Esperança» e à Diocese de Pemba em Moçambique

Braga, 26 fev 2014 (Ecclesia) – O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga divulgou hoje a sua mensagem para a Quaresma onde convida os fiéis a participarem nas missas com o intuito de um “maior encontro comunitário com os mais carenciados”.

“Será que as nossas celebrações convidam realmente a um encontro pessoal e comunitário com Cristo, concretizado num encontro com os mais carenciados?”, questiona o arcebispo de Braga na sua mensagem quaresmal deste ano.

A Quaresma, “entre outras coisas, convida à renúncia para dar dignidade de vida às pessoas que experimentam a miséria material, espiritual e moral” de que fala o Papa Francisco na sua mensagem. 

Para que essa caminhada seja bem sucedida, D. Jorge Ortiga incentiva os diocesanos a serem “ainda mais concretos” e a alargar o seu “olhar”, a fim de serem “capazes de ver o mundo com os olhos da fé, para o crentes, e na linha duma sociedade mais justa a construir também pelos não crentes”.

“Atrevo-me ainda a lançar um desafio quotidiano, oriundo da cidade de Nápoles, na Itália, denominado de ‘café suspenso’ que consiste na doação que uma pessoa faz desta bebida a uma pessoa necessitada”, escreve o arcebispo de Braga na sua mensagem quaresmal tornada pública hoje.

Um exemplo apenas de um “gesto de caridade” que D. Jorge Ortiga considera estar “ao alcance de todos” e que se realizado vai ajudar “a combater de um modo direto a denominada pobreza envergonhada, que já afeta muita gente da classe média”.

“Convido os párocos, e respetivas equipas sociocaritativas, a desenvolver esta ideia nas suas paróquias, identificando os comerciantes interessados neste gesto e instruindo-os para tal iniciativa, dando orientações muito concretas para que ninguém, comerciante ou carenciado, se possa aproveitar indevidamente”.

O contributo quaresmal da Arquidiocese de Braga vai reverter este ano para o ‘Fundo Partilhar com Esperança’, que “responde às necessidades materiais dos mais carenciados”, e para a Diocese de Pemba em Moçambique, “ajudando-a nas suas necessidades pastorais”.

O plano pastoral que faz a ponte entre a fé professada e a fé celebrada” define “que na liturgia afinal não se celebra uma mera doutrina teórica, mas o acontecimento concreto da salvação de todos realizados em Jesus Cristo”, lembra D. Jorge Ortiga.

A liturgia é, assim, “um lugar privilegiado onde Cristo se torna presente na comunidade cristã” e a Quaresma por sua vez é “um tempo privilegiado para se meditar nos principais momentos da Sua vida pública, que culminou no alto da Cruz”.

“Não pretendemos que a Quaresma seja apenas mais um tempo do calendário litúrgico, mais um tempo de caráter penitencial ou mais um tempo inútil, mas que seja, acima de tudo, um tempo e um teste de conversão progressiva”, precisa.

A Quaresma, que este ano se inicia a 5 de março, com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

MD

 

 

 

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