Braga: Trabalhadores cristãos criticam «violações» éticas e legislativas que marcam mundo laboral

Salários baixos, horários incompatíveis com a família e discriminação das mulheres são algumas das situações apontadas

Lisboa, 29 mai 2015 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica – Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) da Diocese de Braga diz que a realidade do mundo laboral em Portugal é hoje caraterizada por constantes “violações”, quer em termos éticos quer legislativos.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o organismo dá nota da sua última grande reflexão geral, saída do testemunho dos trabalhadores, que aponta para uma realidade onde “a conciliação entre o trabalho e, a vida pessoal e familiar se torna difícil”.

Segundo o texto, “o desemprego” e “as condições precárias de muitos trabalhadores” atualmente “negam o direito a formar uma família”.

Além disso, “muitos dos novos empregos que se conseguem” não garante aos trabalhadores as condições mínimas para cumprir com os seus “encargos familiares” e apontam mesmo para a necessidade do contratado “estar disponível para a empresa sempre que ela necessite”.

“Salários baixos”, horários incompatíveis “com os das escolas e creches, horas extras, em alguns casos sem aviso prévio, trabalho para o banco de horas, trabalho ao fim de semana, horários desencontrados e muita exigência de produção, por um lado “condições precárias” por outros “são realidades que muitas famílias enfrentam”.

A “legislação que protege a maternidade e a conciliação entre o trabalho e a família” existe mas “em muitos casos não é cumprida por parte dos empregadores”.

Também há casos em que ela “não é exigida por parte dos trabalhadores”, sobretudo “pela sua situação precário de emprego” ou devido ao “medo reinante”.

A LOC/MTC de Braga denuncia ainda “situações em que a fiscalização em matéria de cumprimento das leis de trabalho é muito deficiente e demorada” e a discriminação contra as mulheres, especialmente na “maternidade”.

“Muitas têm de escolher entre a maternidade ou o emprego”, acusa o organismo católico.

O diálogo com os trabalhadores sublinhou que nas “situações, poucas” em que foi possível verificar um ambiente laboral de “consenso e compromisso”, com a articulação em conjunto das necessidades e expetativas, notou-se bem o “benefício para todos”.

“Os cristãos são chamados a não se resignarem ao que está mal e a empenharem-se em gestos visíveis de transformação, onde não impere a lógica egoísta”, realça a LOC/MTC minhota, concluindo a sua mensagem com a convicção de que “é possível fazer diferente!”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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