O presidente da Turel – Cooperativa para o Desenvolvimento e Promoção do Turismo Cultural e Religioso defende que Braga só poderá almejar ser elevada a Património da Humanidade «se todos unirem as mãos e trabalharem no mesmo sentido ». Monsenhor Eduardo Melo Peixoto apontou ainda que a cidade deve «prosseguir e reforçar» a candidatura a Capital da Cultura. Aquele responsável, que falou ao Diário do Minho no final das Jornadas Luso-Galaicas de Turismo Cultural e Religioso, salientou que «Braga tem capacidade para ser Capital da Cultura», bastando para isso olhar para o seu historial e património. «O que vemos, contudo, é que em vez de se abrirem portas, muitas delas fecham- se por razões menores », lamentou o dirigente cooperativo. Em tom carregado, criticou: «infelizmente temos muita gente em Braga que tem capacidade para pensar mas não o faz». E continuou: «em tempo de crise há que pensar; menos má língua e mais compreensão; é preciso dar as mãos e esses projectos não dependem só da Câmara». A respeito da eventual formulação de uma candidatura a Património da Humanidade, monsenhor Melo Peixoto lembra que a mesma não poderá ser concebida à semelhança da vimaranense. «Guimarães tem o património todo concentrado, enquanto que Braga, apesar de poder ser maior, tem o património mais disperso», referiu o presidente da TUREL. Mesmo considerando uma eventual candidatura à UNESCO, o dirigente da cooperativa turística aponta que «essa seria uma meta a atingir a longo prazo» mas que, apesar de distante «é possível». «Braga, no seu conjunto, está repleta de história; as ruas da cidade estão cheias de história e muitas pessoas desconhecem-na», afirmou monsenhor Melo Peixoto. Mas avisou que «tanto a história como as candidaturas a capital da cultura e também a Património da Humanidade não podem ser pertença de um partido ou de outro; devem ser projectos que juntem as pessoas e não se tornem motivos de divisão». Um dos próximos projectos da TUREL será dar formação turística a motoristas de transportes colectivos, principalmente, taxistas. «Tal como já afirmei noutra ocasião, temos de saber acolher e dar mais alguma coisa aos que nos visitam e não só pensar em fornecer-lhes cama e mesa», afirmou o presidente da cooperativa. Assim, no início do próximo ano, a TUREL está a definir a organização de uma acção de formação – os moldes ainda não estarão completamente decididos – destinada aos taxistas e motoristas de autocarros. «Queremos que todas as pessoas envolvidas, directa e indirectamente, no sector turístico consigam dispor de uma preparação adicional que possam usar no desempenho da actividade profissional », asseverou monsenhor Melo Peixoto. Ora, aquele responsável refere que os motoristas de autocarros, designadamente os taxistas contactam com muitos turistas e, se souberem explicar um ou outro ponto de interesse, contribuem para que os visitantes queiram conhecer mais, prolongando a permanência.