D. Jorge Ortiga explicou que «responsavelmente» vão ter de «conviver com o vírus, também na vida da Igreja»
Braga, 31 mai 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga afirmou hoje “dá impressão que algumas pessoas estão com um bocadinho de medo de vir às igrejas” e pediu para continuarem “a ter a devoção e obrigação” de participar “presencialmente nas Eucaristias”.
“Não tenhamos medo, dá impressão que algumas pessoas estão com um bocadinho de medo de vir às igrejas. Todos vermos que tudo decorrerá muitíssimo bem, o que importa é que a Eucaristia para nós seja qualquer coisa de fundamental”, disse D. Jorge Ortiga, no final da Missa também transmitida online.
Desde este sábado, regressaram as celebrações comunitárias da Missa, suspensas na Igreja Católica em Portugal a 13 de março, por causa da pandemia de Covid-19.
“Recomeçamos a abrir as nossas igrejas para as celebrações comunitárias, tudo será diferente mas espero que sejamos capazes de viver responsavelmente para não sermos motivo de perigo para a saúde pública, não é trabalho de alguns mas ninguém pode sentir-se livre das suas responsabilidades”, explicou o arcebispo de Braga, na Sé.
“Na primeira Eucaristia”, D. Jorge Ortiga pediu que recordassem as pessoas que “faleceram na arquidiocese vítimas de pandemia” mas também que tivessem presente os que “passaram o choque grande de, nem sempre, puderam despedir dos seus”.
“Não acompanhamos convenientemente os nossos familiares na sua partida, também sabemos que o luto não foi convenientemente vivido pelos familiares que choraram sozinhos sem a ternura dos amigos”, acrescentou, sublinhando que iam rezar “por todos os mortos vítimas do vírus e por todos os familiares que não tiveram oportunidade de fazer o luto conveniente”.
No início da Missa, o arcebispo de Braga salientou também que a pandemia trouxe “diversas experiências, muitas de medo e outras que podem tornar-se positivas se forem aproveitadas”, mesmo que quase sempre não se entenda “o que poderá acontecer”.
“São muitas as dúvidas e interrogações, neste ambiente somos convidados a viver a tranquilidade; Sabemos que responsavelmente teremos de ir habituando a conviver com o vírus, isto na vida social mas também na vida da Igreja”, desenvolveu.
D. Jorge Ortiga salientou que o “recomeçar a vida da Igreja” na sua visibilidade de encontro físico estavam a celebrar “a festa do Espírito Santo, a festa do Pentecostes”, e afirmou que os cristãos “não são mero baú de recordações” mas devem “sair, ir ao encontro do mundo e ai depositar sementes de vida e de esperança”.
“O Covid-19 diz-nos que os problemas só se resolvem com todos, não olhemos os estatutos das pessoas ou para as suas carreiras, só o trabalho de todos dará um novo rosto à Igreja e à sociedade. Ninguém se pode sentir dispensados, o Pentecostes está a pedir-nos isso mesmo”, desenvolveu já na homilia da Missa Sé de Braga.
A celebração do Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa, evoca a efusão do Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade na doutrina católica.
O peditório das Eucaristias deste domingo de Pentecostes na Arquidiocese de Braga vai destinar-se “integralmente às paróquias”, para responder às necessidades provocadas pela pandemia de Covid-19; A partir do dia 1 de junho, cessam as transmissões em direto das Eucaristias desde o Paço Arquiepiscopal, informou a Arquidiocese de Braga.
CB
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