Braga lança campanha de ajuda ao desenvolvimento de Timor

Uma campanha de angariação de meios para ajuda à construção de um pólo de desenvolvimento em Timor-Leste é lançada hoje na Santa Casa da Misericórdia de Braga. A iniciativa insere-se nas comemorações do quinto aniversário da independência daquele território, que em Braga decorrerão até Julho sob a responsabilidade de uma comissão representada por sete instituições e pela comunidade de estudantes timorenses. O programa comemorativo iniciou-se ontem na Escola Secundária de Maximinos (um dia depois da data da independência) com a inauguração de uma exposição alusiva a Timor-Leste. A campanha de angariação de meios arranca oficialmente hoje com o lançamento de um livro da autoria de Maria de Fátima Castro, “Memórias da Dinastia de Bragança na Documentação da Misericórdia de Braga”, cuja receita reverterá a favor da construção do pólo de desenvolvimento. A sessão tem lugar no salão nobre da Santa Casa da Misericórdia de Braga, às 18h00, estando apresentação do livro a cargo de Estela Vilela Passos. A comissão organizadora pretende erigir em território timorense um edifício com várias valências onde jovens formados em Portugal se possam realizar profissionalmente, seja num consultório de dentista, seja em gabinetes de contabilidade, arquitectura, engenharia ou de informática ou em lojas para comércio e venda de artesanato. «Com esses espaços e com outras iniciativas talvez lhes seja possível vislumbrar um regresso com futuro, um regresso em que a realização pessoal e social e o desenvolvimento da cidadania venham a ser conseguidos », realça a comissão. A canalização das verbas que forem angariadas será decidida por Maria de Fátima Castro, mentora da ideia de criar aquela estrutura em Timor. A Fundação D. Manuel II, presidida por D. Duarte de Bragança, e a Igreja Católica são duas entidades a cujas portas poderá bater para fazer encaminhar as verbas ou para recolher opiniões, adiantou. A autora não tem ainda ideia do investimento necessário para concretizar a empreitada, mas já possui um arquitecto a quem desafiou a fazer o projecto gratuitamente. Trata-se de um aluno timorense a estudar Arquitectura no Porto. Quanto ao terreno, Maria de Fátima Castro já mandou sondar preços em Díli e Baucau. O edifício será construído no local mais barato. A comissão organizadora convidou ontem, na abertura das comemorações, todas as pessoas e entidades a aderirem a este projecto de auxilio a Timor e a enriquece-lo com outras iniciativas, ou a lançarem outras vias de ajuda o regresso dos estudantes timorenses. «É sabido que eles não vieram para ficar. Timor espera-os para que possam contribuir para a construção em marcha. Porém, sendo ainda muitas as dificuldades que o país atravessa, importa ajudá-los a lá encontrar os meios para poderem começar a exercer as habilitações que em Portugal adquiriram», justificaram os organizadores. Na altura foi também anunciado um intercâmbio cultural entre o Liceu Nacional de Díli e a Escola Secundária de Maximinos, o qual deverá ser estabelecido em 2008. Um dos objectivos iniciais é transmitir conhecimentos sobre a organização de bibliotecas escolares, conselho executivo, dizer como se realiza o desporto escolar, como se faz um jornal escolar, entre outras iniciativas. A comissão organizadora é constituída pela Real Associação de Braga, Escola Secundária de Maximinos, Associação Tane Timor, Santa Casa da Misericórdia de Braga, Faculdade de Filosofia de Braga, delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa através do Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes e por elementos da comunidade de estudantes timorenses.

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