Arcebispo lamentou «um injusto clima de suspeição presbiteral» e convocou a arquidiocese para elaborar Plano Pastoral até 2033
Braga, 06 abr 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga afirmou a necessidade de fomentar uma “cultura sinodal samaritana”, alertou para o perigo de reduzir a “sacramentalidade a mero funcionalismo”, lamentou “um injusto clima de suspeição presbiteral” e comprometeu-se a escutar, proteger e reparar as pessoas vítimas.
Na celebração que reuniu os sacerdotes da arquidiocese, D. José Cordeiro lembrou
todas as vezes que o “ministério não foi lugar de acolhimento e hospitalidade, de fidelidade e generosidade, de encontro fraterno autêntico”, reafirmando o pedido de perdão “a Deus, à Igreja e a todas as pessoas vítimas das sombras que não deveriam acontecer no mistério da luz e da liberdade na verdade”.
“Sabemos que não é suficiente pedir perdão. Por isso, estamos empenhados em escutar, acompanhar, proteger e reparar as pessoas vítimas que o desejem”, afirmou arcebispo de Braga na homilia da Missa Crismal.
D. José Cordeiro disse que, apesar de se viver hoje “um injusto clima de suspeição presbiteral”, é necessário “agradecer a Deus o tácito e enorme trabalho pastoral que tantos presbíteros desempenham na sua missão”.
O arcebispo de Braga agradeceu aos sacerdotes o “amor e dedicação à Igreja Arquidiocesana”, nomeadamente os que ajudam a “construir progressivamente uma Igreja de todos e para todos”, que vão ao “encontro dos seus irmãos presbíteros em sofrimento”, concretizam a sinodalidade, a solidariedade e o acompanhamento da juventude.
“Caríssimo Presbítero, lembra-te que Deus escolheu-te por aquilo que tu és: Deus não te quer perfeito, mas quer-te íntegro e a tempo inteiro”, afirmou D. José Cordeiro.
Na homilia da Missa Crismal, o arcebispo de Braga disse que “no ministério e na vida dos presbíteros existe o grande perigo de reduzir a sacramentalidade a mero funcionalismo ou ativismo, que são a nova feição do clericalismo, porque esquece a sacramentalidade da sinodalidade”.
D. José Cordeiro referiu-se ao Sínodo sobre a Sinodalidade em curso em toda a Igreja e disse que a “feliz assembleia sinodal” da Arquidiocese de Braga, em junho de 2022, e do “documento elaborado pelo Grupo Sinodal arquidiocesano referente à etapa continental” são “uma boa ferramenta para uma renovada etapa do caminho sinodal” na arquidiocese, concretizada num novo encontro.
“Convocamos todos os grupos sinodais já existentes e mais grupos a criar, para a II Assembleia sinodal de um dia inteiro a realizar no dia 16 de setembro de 2023, para juntos discernirmos as opções e os caminhos a seguir”, afirmou.
O arcebispo de Braga desafiou cada grupo a “indicar até dez prioridades que entendam para a ação pastoral futura da Arquidiocese”.
“Juntos e todos, poderemos sonhar um projeto pastoral arquidiocesano até 2033, ano em que celebraremos os 2000 anos da Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, o coração do Ano Litúrgico?”, sugeriu D. José Cordeiro.
Na homilia da Missa Crismal, o arcebispo de Braga disse que “uma cultura sinodal samaritana não consente o funcionalismo, o carreirismo e o clericalismo, mas esforça-se todos os dias nas atitudes do serviço, da humildade e da caridade”.
Na Missa Crismal, os sacerdotes renovam as promessas da ordenação sacerdotal e são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma.
PR