Trabalhadores cristãos promoveram 13ª semana temática na arquidiocese, centrada no «Antes e o Depois do 25 de Abril»
Vila Nova de Famalicão, 22 abr 2024 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) da Arquidiocese de Braga sublinhou, no encerramento da 13ªSemana Temática do movimento, em Vila Nova de Famalicão, o dever de dar continuidade ao compromisso com os valores de abril.
“É nosso dever, neste país democrático, continuar a trabalhar, a defender, a comprometer-nos com os valores de abril. Abril é um processo em crescimento e em desenvolvimento. Por isso reafirmamos: 25 de abril, sempre!”, pode ler-se em nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.
As equipas de militantes da LOC/MTC da Arquidiocese de Braga reuniram-se de 15 a 20 de abril com foco no tema “O Antes e Depois do 25 de Abril”; no final os grupos partilharam em plenário as conclusões.
O movimento começa por assinalar que “acabar com a guerra colonial, a ditadura, a repressão, o medo, a pobreza, o analfabetismo, estavam nos principais motivos que impulsionaram o golpe de Estado, no 25 de Abril de 1974”.
“Este golpe do Estado, que ficou mais conhecido pela revolução dos cravos, tinha como objetivo pôr em execução os três Ds: Descolonização, Democracia e Desenvolvimento. São estes três desígnios, que sinalizamos, para avaliar positivamente o 25 de Abril e os valores que nos devolveram a paz, a liberdade, o acesso à informação e ao pensamento livre”, indica.
Depois do 25 de Abril, a LOC/MTC destaca que a “alegria e a vontade de viver em liberdade, ficou bem demonstrada na participação massiva das manifestações do 1º de maio de 1974”.
“A instituição do salário mínimo nacional, o reconhecimento e usufruto dos direitos; a liberdade de participar nos sindicatos e do acesso à justiça do trabalho; a criação da Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde e proteção social na doença, no desemprego e na velhice. Estas são conquistas e oportunidades que o 25 de abril consagrou”, salientaram as equipas nas conclusões.
Ainda assim, o movimento reconhece “a existência de alguma regressão e tentativas de esquecimento ou extinção”.
“Desenvolveram-se infraestruturas rodoviárias, redes de saneamento, água e energia, para que todas as casas tivessem acesso a estes bens essenciais; melhoramento das condições e da qualidade da habitação, através da construção pública, cooperativa e privada; facilidade de acesso ao crédito para comprar a habitação própria; muito mais havia para dizer neste percurso infinito, que abril ainda não acabou!”
Para o movimento, este acontecimento histórico “veio fortalecer ainda mais uma nova forma de viver a fé, impulsionada pelo Concílio Vaticano II”.
“A importância de ler e estudar a Bíblia e a Doutrina Social da Igreja, tornaram-se mais acessíveis com a liberdade de abril. Porque na Igreja, o seu ‘25 de abril’ já se tinha dado com o Concílio Vaticano II que ajudou a fazer o de abril de 74”, lembra.
A LOC/MTC ressalta ainda a “dificuldade” que os responsáveis da Igreja, bispos, padres e cristãos tiveram em “compreender e aceitar” o 25 de abril e as mudanças que foram operadas.
“Os movimentos JOC e LOC/MTC, foram uma boa escola de aprendizagem para saber aceitar e compreender os valores e as oportunidades que o 25 de abril ofereceu a todas as pessoas”, escreveu.
O movimento realça que continua comprometido “com a vida social e sindical; com o associativismo e o cooperativismo, a solidariedade e a fraternidade” e que lutamos, “com muitos outros, pela justiça social e pela paz no mundo”.
“Lembramo-nos continuamente que os valores e as conquistas de abril não podem ser dados como adquiridos, têm de ser defendidos, avaliados, melhorados, aplicados, sempre pelo bem da democracia, da liberdade, da dignidade humana e da paz universal”, defende.
A equipa diocesana da LOC/MTC de Braga refere que continua a “defender e a desenvolver o diálogo, o espírito critico e o debate de ideias” e responsabiliza-se “por fazer passar a memória deste acontecimento, e de outros com esta importância, às novas gerações, através do diálogo na família e na comunidade”.
“Queremos apelar e sensibilizar para que os partidos políticos e os representantes eleitos pelo povo, assumam com responsabilidade, espírito de serviço e transparência, os cargos políticos e as tarefas de governo e de Estado, que lhes estão confiados pela democracia”, finalizou.
De acordo com o movimento, as conclusões foram debatidas e aprofundadas com a ajuda de Firmina Moreira, vice-coordenadora diocesana; Ana João Peixoto, secretária diocesana, e José Maria Carneiro Costa, diácono e assistente diocesano.
LJ/OC