Braga: «É das primeiras vezes que eu sinto que somos ouvidos e escutados», afirma Sandra Costa, participante na III assembleia sinodal da arquidiocese

Caminho sinodal continua a ser percorrido no território, com a arquidiocese a «imaginar um futuro diferente»

Braga, 15 jun 2024 (Ecclesia) – Sandra Costa, voluntária na paróquia de São Victor, é uma das participantes da III assembleia sinodal da Arquidiocese de Braga, que hoje decorre na cidade, no espaço Vita, onde afirmou que este tem sido “um processo de muita esperança”.

“É das primeiras vezes que eu sinto que somos ouvidos e escutados, e podemos participar e escutar também a opinião dos outros. Tem sido assim um processo de muita esperança e de acreditar que o nosso sonho também é o sonho da Igreja e o sonho da Igreja é também o nosso sonho. E acima de tudo é sermos parte”, referiu em entrevista à Agência ECCLESIA.

“Imaginar um futuro diferente” é o tema da III assembleia sinodal de Braga, no itinerário do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, que se realiza na arquidiocese durante esta manhã, entre as 9h30 e as 13h.

A arquidiocese, desde o início do processo sinodal, tem organizado Assembleias Sinodais – em junho de 2022, em setembro de 2023 e este sábado – procurando que estes encontros sejam abertos a todos com metodologias que privilegiem a participação alargada.

O arcebispo de Braga, D. José cordeiro, aprovou o instrumento de trabalho para o encontro que se vai centrar na “Conversão do Evangelho” e na “Oração e Vida Espiritual” e que tem o foco nas necessidades e desafios da arquidioceses, mais do que nas questões debatidas no Sínodo em Roma.

Sandra Costa, paróquia de São Vítor
Foto: Agência ECCLESIA/LS

Sandra Costa assegura que na paróquia de São Vítor “há um envolvimento total de todos os paroquianos” no processo sinodal e que também os párocos têm o “desejo” que paroquianos estejam informados e participem nas atividades propostas.

“Nós, inclusive na paróquia, temos vários grupos de liderança em várias áreas e tudo aquilo que acontece, nós somos envolvidos. Temos também uma APP onde são colocadas todas as informações e onde nós também podemos participar. É uma paróquia muito, muito ativa, e acima de tudo muito voltada para todos aqueles que participam e todos nós temos voz”, salienta.

A paróquia de São Martinho de Candoso, do arciprestado de Guimarães e Vizela, também esteve representada no encontro, através da paroquiana Paula Oliveira, que explica que respondeu ao desafio lançado pelos párocos para integrar o processo participativo, com o objetivo de uma “Igreja cada vez mais sinodal em caminho”.

Paula Oliveira fala que este é um “desafio muito exigente”, em que todos estão em “ritmos diferentes”.

“Sinto que há esta necessidade de caminharmos cada vez mais juntos este caminho sinodal e queremos todos uma igreja mais fraterna, mais coesa neste amor a Jesus Cristo. Agora é um caminho exigente, mas cada um tem que se sentir chamado e fazer este caminho e sinodalmente, ou seja, eu não substituo ninguém nem ninguém substitui a minha participação. É muito enriquecedor”, descreve.

Questionada sobre se já existem mudanças visíveis na Igreja, antes propriamente da chegada de documentos do Vaticano, Paula Oliveira refere que, nas paróquias, as transformações acontecem motivadas pelos tempos atuais.

Paula Oliveira, paróquia de São Martinho de Candoso
Foto: Agência ECCLESIA/LS

“A própria realidade paroquial hoje em dia, as unidades pastorais obrigam a estes novos tempos, uma Igreja que o Evangelho é o mesmo de sempre, mas que exige uma nova organização. E, às vezes não é preciso estar à espera como eu costumo dizer de grandes de grandes mudanças, ou seja, a mudança acontece primeiro dentro de nós. Se assim não acontecer, a conversão ao Evangelho e no Coração também não fazemos nada e já se notam pequenos sinais, pequenas mudanças a as nossas paróquias, na diocese”, reconheceu.

Ainda assim, a paroquiana defende que é necessário ir mais longe para que as comunidades sejam “o rosto visível de Jesus Cristo”: “E isso cada um de nós é responsável para fazer mais e melhor”.

No início deste ano pastoral 2023/2024, a arquidiocese minhota propôs às suas comunidades viver um itinerário até 2033, que nasceu da intenção de comemorar os 2000 anos da Páscoa de Jesus, com “seis trilhos” – a missão, o serviço, o acolhimento, a conversão ao Evangelho, a oração e a vida espiritual -, que vão continuar como base e orientação para as “estratégias e ações”, mas a forma como os vão percorrer “será construída por todos, em oração, comunhão e discernimento”.

A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos acontece entre 2 e 27 de outubro, depois da primeira se ter realizado em outubro de 2023.

LS/LJ/CB/LFS

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Agência ECCLESIA

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