D. Jorge Ortiga lembra consequências da crise sobre os mais jovens e lamenta «fuga aos valores»
Braga, 18 abr 2011 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga alertou este domingo para as consequências da crise sobre os jovens, em especial por causa do desemprego, e lamentou a “fuga aos valores”, pedindo o compromisso da Igreja Católica.
“Urge uma participação democrática mais consciente e mais responsável, urge que aqueles que constroem ou querem dirigir a sociedade ouçam também a nossa voz, mas também é imperioso que sejamos capazes de dizer que basta de discussões inúteis, se empenhem num bem comum para este país que nós amamos e que este empenho signifique também um respeito profundo pela nossa identidade cristã”, advertiu.
D. Jorge Ortiga, que presidia à eucaristia de Ramos na catedral minhota, sustentou que na vida dos jovens “há autênticos desertos onde a Palavra ainda não chegou”, pelo que os fiéis adultos têm que “investir energias para que a Palavra de Deus vá diretamente ao encontro dos jovens”.
O arcebispo alertou para alguns problemas que afetam os jovens, como o desemprego e a precariedade do trabalho que impedem os mais novos de aceder a habitação própria e de constituir família.
“Sabemos que sem emprego não é fácil dar passos estruturantes e organizar o dia de amanhã. Sem trabalho digno não há futuro, nem esperança, nem vida no sentido pleno e profundo da palavra “, vincou.
Para o arcebispo de Braga, também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, “foi o fugir aos valores cristãos que gerou a situação em que vivemos”.
“Esta fuga aos valores é a verdadeira culpada da situação que estamos a viver. A sociedade moderna ao querer engrandecer o homem, ao colocá-lo no centro do mundo, acabou por reduzi-lo a um mero instrumento de só mecânica”, considerou.
No domingo, em que também se celebrou o dia mundial da juventude, o prelado lembrou a mensagem de Bento XVI para esta ocasião, a qual propõe aos jovens que enraízem e alicercem a sua vida em Cristo perante a tentativa de “eclipse de Deus” da sociedade.
“Num tempo em que parece não haver perspetiva de futuro, devemos ser uma Igreja diocesana ao serviço da juventude, uma Igreja que vá ao encontro da juventude para lhe dar uma palavra de alento e consolação”, disse o prelado no primeiro dia da Semana Santa.
Na homilia que proferiu, Jorge Ortiga exortou ainda os fiéis a adotar uma atitude interventiva na sociedade, não esperando “pura e simplesmente que sejam os outros a construir a história e a encontrar soluções”.
O “domingo de Ramos na Paixão do Senhor” deve o nome à procissão com ramos de oliveira ou de outras árvores realizada antes do início das missas, evocando a narrativa bíblica da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, dias antes de ser morto.
A Semana Santa (também denominada Semana Maior), a última da Quaresma, termina com o Tríduo Pascal, que inclui as celebrações evocativas das seguintes narrativas bíblicas referentes a Jesus: última ceia (quinta-feira Santa), morte (aexta-feira Santa) e ressurreição (Vigília Pascal e missa do dia de Páscoa).
DM/OC