Braga: Cáritas apoiou cerca de três mil pessoas de 53 nacionalidades em 2024

Cidadãos do Brasil, Colômbia, Venezuela e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa entre os mais beneficiados

Foto: Cáritas de Braga

Braga, 05 mai 2025 (Ecclesia) – A Cáritas Arquidiocesana de Braga divulgou hoje que apoiou, em 2024, cerca de três mil pessoas de 53 nacionalidades, com os portugueses a ocuparem o primeiro lugar da lista, representando 43,2% do total.

Entre os beneficiários dos diferentes serviços da instituição, desde apoios alimentares à habitação, estão os cidadãos de nacionalidade brasileira (20,8%), colombiana (4,5%) e venezuelana (2,8%).

A população proveniente de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, representou 12,9% dos beneficiários, o que “reflete uma forte ligação histórica e linguística entre estas comunidades e Portugal”, assinala a instituição.

A Cáritas Arquidiocesana de Braga acompanhou também de perto migrantes de outras latitudes, nomeadamente da América Latina (argentinos e peruanos), Norte de África e Médio Oriente (marroquinos, argelinos, iranianos e iraquianos) e da Europa de Leste (ucranianos, romenos e russos), “refletindo fluxos migratórios ligados a situações de instabilidade nos seus países de origem”.

Patrícia Ferreira, responsável pela Estrutura de Acolhimento Temporário para migrantes, aponta a “barreira linguística” como “um dos principais fatores que condicionam a construção de um projeto de vida e adaptação” a Portugal.

“Outra dificuldade que, também, temos sentido baseia-se nas diferenças culturais no que toca à forma de viver e de trabalhar”, indica.

Segundo a responsável, a estrutura recebe “muitos cidadãos com baixas competências a nível de hábitos de higiene pessoal e habitacional, o que causa algumas dificuldades ao longo das suas trajetórias quer no mercado de trabalho, integração e relação com os pares, quer numa futura autonomização em casa”.

“As pessoas chegam à Cáritas de Braga, quer portugueses ou estrangeiros, com diferentes necessidades e, através dos nossos serviços, por exemplo, a ajuda alimentar, orientação para habitação, acompanhamento psicossocial ou apoio ao emprego, transformamos estas vidas em caminhos reais de autonomia e dignidade”, acrescenta Eva Ferreira, diretora técnica.

Em comunicado, a instituição dá conta que tem atualmente “um importante projeto em mãos: a construção de um novo centro de acolhimento de emergência para vítimas de violência doméstica”.

“Ao todo, prevê-se um investimento global de cerca de 960 mil euros, com uma comparticipação através do PRR. Contudo, ainda caberá à Cáritas de Braga um investimento previsto de 248 075, 69€”, escreveu, convidando quem quiser a apoiar a construção da infraestrutura, através de transferência bancária.

LJ/PR

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