D. Jorge Ortiga pede «prudência» às famílias em tempos de crise
Braga, 30 jul 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga pediu este domingo às famílias da região um esforço para saber “gerir o pouco, com prudência” num momento de crise económica no país.
“Que sejamos capazes de economizar, de estruturar a economia familiar de modo diferente para encararmos o futuro com serenidade”, afirmou D. Jorge Ortiga, perante milhares romeiros de Santa Marta das Cortiças, no concelho bracarense.
O prelado admitiu que as populações sentem a austeridade, mas disse não ver “aquele sentido de economia e atenção às coisas pequenas”.
“Continuamos a envolver-nos numa sociedade de consumo que nos leva a fazer gastos desnecessários e a não economizar como deveríamos”, sustentou, citado pela edição de hoje do ‘Diário do Minho’.
D. Jorge Ortiga desafiou ainda as comunidades cristãs a serem “verdadeiras comunidades de solidariedade”.
O arcebispo pediu a Santa Marta para iluminar o país e, em particular, os políticos para que encontrem caminhos novos, frisando que “a gravidade da situação exige a convergência de todos”.
Na última sexta-feira, o também responsável pela Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana tinha afirmando que muitas famílias estão no limite da austeridade.
“Começo a convencer-me que as medidas são demasiado pesadas para um determinado tipo de pessoas”, lamentou D. Jorge Ortiga em Joane, num colóquio sobre o tema ‘A Igreja em tempo de crise’.
O Arcebispo de Braga sublinhou que “100 euros a mais num mês pode ser pouco para uma pessoa, mas para outra, cinco ou seis euros a mais por mês pode ser muito”.
O prelado pediu ainda transparência aos políticos.
“Devemos saber e devemos exigir aos governantes que digam exatamente quanto é que ganham por mês, que secretários têm, quantos motoristas têm, quanto é que pagam por cada reunião”, observou.