Braga: Arquidiocese recorre ao tribunal para resolver disputa com município da cidade

Câmara faz obras no Parque da Ponte sem dialogar com a Igreja, que reclama propriedade do terreno

Lisboa, 29 ago 2011 (Ecclesia) – A arquidiocese de Braga colocou a autarquia da cidade em tribunal por causa das obras que o município está a realizar no Parque da Ponte à revelia da Igreja, que se reclama dona do espaço.

Depois de “informalmente noticiada” de que se iriam realizar “benfeitorias” naquele terreno urbano, a Igreja pediu à Câmara para que “não se iniciassem as obras antes de definida a questão da propriedade”, explica um comunicado com data de quarta-feira publicado no site da arquidiocese.

A Igreja “vê com bons olhos obras que requalifiquem e embelezem o ‘Parque da Ponte’, desejando que o mesmo seja fruído pela Comunidade Local”, mas esses melhoramentos terão de “realizar-se no quadro do respeito pela legítima propriedade, em condições devidamente protocoladas e, de modo particular, dialogadas”, refere a nota.

Perante as “atitudes assumidas” pela edilidade, “nada mais restou à Arquidiocese de Braga – com muito pesar e tristeza, pois que o progresso, o bem-estar e a qualidade de vida dos bracarenses são ponto de honra para a Arquidiocese – que recorrer aos Tribunais, a fim de assegurar a verdade e a legalidade”, aponta o texto.

Após reafirmar a “sempre manifesta vontade de diálogo” com a autarquia, o comunicado assinado pelo vigário geral da arquidiocese e presidente da Comissão para os Bens Patrimoniais, cónego José Paulo Leite de Abreu, explica que a abertura do processo judicial foi também motivada pelo apreço à memória dos fiéis.

“As atitudes que a Arquidiocese se viu compelida a tomar resultam também do respeito para com as determinações canónicas e para com os nossos antepassados, estes a merecerem gratidão e fidelidade, não tendo sido certamente de somenos o sacrifício, a dedicação e a generosidade que mostraram para com a Igreja”, salienta a nota.

O Parque da Ponte, que pertence à Igreja “desde tempos imemoriais”, segundo documentos na posse da arquidiocese que atestam essa “convicção”, inclui no seu interior a Capela de São João, adro e logradouro, além de imagens, cruzeiros, coreto e “farto coberto arbóreo”.

RM

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