José Carneiro Costa da Comissão diocesana para o Desenvolvimento Humano Integral, deseja órgão mais «ágil, com menos pessoas, mas mais ativo» para «inverter relação piramidal» e valorizar «pequenos grupos»

Braga, 02 dez 2025 (Ecclesia) – D. José Cordeiro disse que a arquidiocese de Braga está a confirmar o “caminho sinodal” e que a renovação dos membros do Conselho pastoral, bem como os estatutos e o percurso até 2033, quer confirmar esse propósito.
“Não é apenas um método de trabalho, mas é o estilo da Igreja desde os seus inícios, e agora de novo, e num recomeçar em aspetos muito concretos como o novo Conselho Pastoral Arquidiocesano, com estatutos renovados. Esse alinhamento mais sinodal, para que em todas as realidades aconteça este ritmo de escutarmos o Espírito Santo, de todos nos escutarmos uns aos outros, alguns levarem por diante essas propostas concretas, apontar os caminhos para que juntos nos sintamos verdadeiramente servidores criativos do Evangelho”, afirmou o arcebispo de Braga à Agência ECCLESIA.
A arquidiocese de Braga viveu a sua quarta assembleia arquidiocesana onde foram apresentados novos membros do Conselho pastoral bem como a carta pastoral «Juntos, servidores criativos, no Caminho da Páscoa – Levar Todos a Jesus» que quer convidar os cristãos a celebrar os 2000 anos da “ressurreição de Jesus”.
“A criatividade não é inventar nada de novo, mas é deixarmo-nos renovar na fidelidade à Palavra de Deus e é uma fidelidade criativa para o aqui e agora da história”, valorizou.

D. José Cordeiro quer desenhar “novos trilhos para o itinerário” a percorrer até 2033, e este ano a arquidiocese propõe “trilhos da participação ativa e criativa e do servir e acolher a todos”.
“Neste envolvimento de todos e neste envolvimento que se pede criativo, há aqui também um toque muito sinodal neste impulso das Assembleias e do sínodo, é também um espírito que se vai tentando passar para as pessoas que localmente vão trabalhando também nesta fase de implementação”, traduziu.
O responsável salienta “sinais positivos” a acontecer no território neste tempo sinodal e após a realização do V Congresso Eucarístico Nacional.
“A centralidade da Eucaristia, da Adoração Eucarística em todas as 551 paróquias da Arquidiocese, a formação cada vez mais partilhada, contínua e em tantos outros sinais como a visita pastoral, como os conselhos pastorais paroquiais, ou da unidade pastoral, como a formação do Diaconado Permanente, a instituição nos Ministérios Laicais, todas as propostas que foram feitas também com a 2ª edição do Renovar, num verdadeiro laboratório de discernimento sinodal”, exemplificou.
José Maria Carneiro Costa, que integra o Conselho pastoral, falou à Agência ECCLESIA de um órgão mais “ágil, com menos pessoas, mas mais ativo”.

“A caminhada sinodal não é fácil, dado o clericalismo que existe, não só do clero, mas também das próprias pessoas que estão habituadas a fazer sempre da mesma forma. Temos que mudar, temos que dar a nossa cara, de nos empenhar a sério porque só assim é que nos corresponsabilizamos mais nesta dinâmica de ser Igreja no local onde vivemos e no sítio onde trabalhamos”, indica.
Leigo que integra a Comissão diocesana para o Desenvolvimento Humano Integral, José Carneiro Costa reconhece que as mudanças são demoradas, mas acredita na ação dos pequenos grupos cuja influência deve ser valorizada.
“Vamos devagar e os pequenos grupos têm uma influência tremenda neste processo que estão a ser valorizados e eu espero bem que se comece por aí, não no sentido de criar novos grupos, mas pegar nos grupos existentes e ajudá-los a crescer e a cativar mais pessoas para o seu rejuvenescimento”, explica.
O responsável fala na necessidade de “inverter a pirâmide” procurando que a Igreja seja mais “horizontal e circular”, onde todos tenham “vez e voz”.
“A Igreja sem mundo não é Igreja. A Igreja existe porque o mundo existe e nós fazemos parte desse mundo como batizados e aí a nossa responsabilidade aumenta”, finaliza.
HM/LS
