Tema esteve em debate no Ciclo de Conferências Nova Ágora, em Vila Nova de Famalicão
Braga, 30 mar 2019 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga apelou esta sexta-feira à defesa da democracia, rejeitando os populismos, falando na segunda sessão do Ciclo de Conferências Nova Ágora, que decorreu em Vila Nova de Famalicão.
D. Jorge Ortiga dirigiu-se aos que “acreditam na democracia, liberdade, tolerância”, sublinhando que “têm o dever de combater o populismo enganador da vontade dos povos”.
Numa intervenção citada pelo jornal diocesano, ‘Diário do Minho’, o arcebispo primaz assinalou a relação entre uma “consciência missionária” e o dever de um compromisso político, mostrando-se “insatisfeito e preocupado com os caminhos que a sociedade atual está a percorrer”.
“Depois da destruição das últimas duas guerras mundiais, movimentos populistas ganharam nova forma. Os alertas foram muitos e, apesar dos apelos públicos, a adesão de pessoas de diversas faixas etárias é uma realidade”, advertiu.
A conferência contou com a intervenção de Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, o qual falou da ação dos políticos como “mediação”, que opõe ao populismo, “reino das paixões” e de “ligação do líder diretamente ao povo”.
“Com as redes sociais, tem-se a sensação de que se participa [na vida pública]. Consequentemente, nota-se que o ódio, tribalismo, facciosismo se encontra nas redes sociais. Estamos a criar a perversão máxima dos populismos que é a democracia direta», referiu o vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE).
José Filipe Pinto, professor catedrático da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, afirmou, na sua intervenção, que “20,05% dos partidos políticos em Portugal são populistas”.
“Hoje o discurso populista tem a musicalidade atrativa do canto das sereias”, avisou, no Grande Auditório da Casa das Artes famalicense.
O terceiro convidado, Felipe Pathé Duarte, considerou que o populismo aparece como “uma espécie de galvanização moral”.
O professor auxiliar no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna alertou para as consequências de um “discurso é antipolítico, anti-intelectual e antielite”.
O programa do ciclo Nova Ágora pode ser consultada na página da iniciativa.
OC
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