«Não basta ser telespectador inerte e crítico», disse D. Jorge Ortiga na Missa do Domingo de Páscoa
Braga, 22 abr 2019 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga diz que a Ressurreição de Cristo deve desafiar permanentemente a Igreja Católica, e as suas comunidades, a uma ação concreta no mundo, na resposta às inquietações e desafios da sociedade.
Na celebração do Domingo de Páscoa, D. Jorge Ortiga destacou uma festa que lembra “ao mundo que Cristo está vivo e operante” e que essa certeza convida a um maior “envolvimento e compromisso missionários”, a “gastar a vida pelos outros e pelo bem comum”.
“Não basta ser telespectador inerte e crítico. Deixemo-nos vibrar pelas inquietações e problemas de muitos, de perto e de longe. Temos um coração capaz de dar vida ao mundo e não podemos destruir a sua vitalidade”, sustentou o responsável católico, na homilia da Missa do Domingo de Páscoa.
Na sua intervenção, D. Jorge Ortiga apontou alguns dos principais desafios da sociedade atual, desde a tentação do “narcisismo e do consumismo”, da “indiferença e insensibilidade” à mentalidade instalada, de assistir aos acontecimentos a partir da “varanda da vida” ou de apenas agir “por interesses pessoais, económicos ou políticos”.
Também o panorama difícil de muitas “vizinhanças”, “famílias” e “ambientes de trabalho”, cada vez mais carregados com sinais de “rutura” e de “condenação”.
“É grande a responsabilidade das nossas comunidades. (…) Ou a comunidade, por aquilo que é, anuncia Cristo presente no seu meio ou não é comunidade cristã. A Páscoa reclama este anúncio”, frisa o arcebispo de Braga.
Que exorta os católicos a não olharem para estas e outras pedras no caminho como obstáculos, mas como oportunidades “para construir”.
“Sejamos construtores através do diálogo transparente, da correção fraterna, da verdade nas relações. Este é o verdadeiro modo de viver a Páscoa, hoje”, interpelou.
D. Jorge Ortiga reforçou no Domingo de Páscoa a necessidade de uma Igreja também “ressuscitada”, renovada, que já tinha deixado durante a Vigília Pascal, de Sábado Santo.
Na ocasião, o arcebispo de Braga alertou para o perigo da ação católica ficar pelos “esquemas feitos” ou pelas “receitas pré-concebidas”.
“Urgem sonhos com olhos bem abertos, pés assentes na terra e ver a tarefa que nos é confiada”, defendeu D. Jorge Ortiga.
JCP