Visita é «um dos melhores megafones» da mensagem cristã, refere D. Jorge Ortiga, que também pede atenção a quem está afastado da Igreja
Braga, 31 mar 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga quer mais rigor no “Compasso Pascal”, visitas feitas às casas na Páscoa e nos dias que se lhe seguem para abençoar os residentes e anunciar a ressurreição de Cristo.
Em nota enviada à Agência ECCLESIA, D. Jorge Ortiga sublinha que o Compasso “exige uma preparação pessoal de todos os membros (a começar pelo Sacramento da Reconciliação) e não uma mera disponibilidade para um serviço paroquial a efetuar de qualquer maneira”.
O prelado considera que o Compasso tem de “manifestar ou recuperar o sentido de Festa, que entra em todas as casas,” testemunhando a “alegria” de que Cristo “passou pela morte redentora e está vivo e operante na história humana”.
O “anúncio festivo” não se resume a uma “alegria exterior”, mas a “uma convicção pessoal a deixar em todos os lares”, assinala a mensagem, que também pede atenção aos “sinais exteriores” na “apresentação das pessoas e da cruz”: “Nada deve ser descurado! Há pormenores que embelezam e que merecem um cuidado esmerado”.
Depois de frisar que o Compasso “é uma das tradições religiosas mais antigas e um dos melhores ‘megafones’ da mensagem cristã, o arcebispo alerta para o risco de as atividades paroquiais caírem “em repetições de iniciativas que, à custa do hábito, podem perder o seu genuíno significado”.
A visita às casas, vinca D. Jorge Ortiga, “não pode pautar-se pela pressa ou por certos formalismos”, porque “ser portador de uma notícia tão inédita (Ressurreição) necessita de tempo e de atenção, nomeadamente aos mais necessitados, nomeadamente “doentes” e “desempregados”, de modo a sentirem a presença do “Amor de Deus”.
“Não esquecer de levar os votos – do pároco, como primeiro responsável da comunidade paroquial, e do Arcebispo, como aquele que ‘preside à caridade’, para exprimir “a certeza de que ninguém se pode sentir sozinho”, acrescenta o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
D. Jorge Ortiga apela também aos membros do Compasso para não se afastarem das pessoas que “desvalorizam” esse ato ou “vivem uma fé periférica”.
“A esses, que também são nossos irmãos e alvo da nossa fraternidade, peço que lhes recordem que, embora tenham ignorado/abandonado/esquecido Deus, Ele não desiste de os amar loucamente e está sempre disponível para os acolher”, aponta.
RJM