Braga: Arcebispo presidiu a ordenação de quatro sacerdotes

D. José Cordeiro sublinha importância de conhecer e escutar as pessoas

Foto: Arquidiocese de Braga

Braga, 21 jul 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga presidiu hoje à ordenação de quatro sacerdotes, na Cripta da Basílica do Sameiro, desafiando os novos padres a “imitar” o olhar de Jesus sobre as pessoas.

“Caríssimos João, Pedro, Sérgio e Tiago sereis enviados a diversas comunidades; convido-vos, como primeira missão, a imitar o olhar de Jesus. Jesus vê as multidões e tudo faz para as ajudar. Por conseguinte, a vossa primeira tarefa será olhar as pessoas que vos são confiadas para as conhecerdes, escutardes e depois tomar as decisões conformes àquilo que vistes e às necessidades que identificastes”, disse D. José Cordeiro, na homilia da celebração.

A intervenção, publicada pelo site da Arquidiocese de Braga, sublinhou a necessidade de “criatividade pastoral”, para “partilhar o pão da Palavra e da Eucaristia e alimentar a esperança cristã”.

“Ser pastor à maneira de Cristo é entregar-se com todo o ser, é abnegar-se e lutar até ao fim para que o rebanho tenha vida e a tenha em abundância. Um dos atributos de Cristo Bom Pastor é o olhar; um olhar que vê além do aparente, vê em profundidade e por isso consegue perceber as necessidades do rebanho e dele se compadece”, recomendou aos novos padres.

Os padres João Conde, Sérgio Araújo, Tiago Nogueira e Pedro Fraga elegeram como lema da ordenação presbiteral o tema central do V Congresso Eucarístico Nacional ‘Reconheceran-nO ao partir do pão’, evento que decorreu em Braga entre 31 de maio e 2 de junho.

O arcebispo de Braga desafiou os novos sacerdotes a “pôr em prática as grandes linhas” desse Congresso, em sete pontos:

  1. Redescobrir que a centralidade eucarística vai para além do Domingo.
  2. Manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística.
  3. Procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia.
  4. Reforçar a Eucaristia como escola de fraternidade e sacramento de unidade.
  5. Garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia.
  6. Assumir a sinodalidade a partir da Eucaristia como lugar onde a Igreja se renova na comunhão, na participação e na missão.
  7. Ser sinal de Esperança.

O arcebispo primaz observou que a missão de um sacerdote “não um trabalho de ‘herói solitário’” e exige cooperação com os outros membros do clero.

“Além disso, nestes primeiros anos, que serão anos de grande aprendizagem, sois chamados ao estilo sinodal com o presbítero moderador ou grupo presbiteral, para que possais aliar a liberdade e criatividade típicas da juventude à experiência de vida de um irmão mais velho”, acrescentou.

D. José Cordeiro admitiu que se vivem tempos “desafiantes para a Igreja” e com “muita polarização na sociedade”.

A homilia alertou ainda que “a demasiada tecnologia, a intelectualização podem destruir a comunicação na Liturgia, que é essencialmente ação comunicativa do sempre mesmo e único mistério de Cristo”.

OC

A Arquidiocese de Braga divulgou um vídeo, no seu canal no YouTube, para dar a conhecer os novos sacerdotes.

“Quisemos regressar às fontes e procurar na espiritualidade que está na Eucaristia e fazer disso um marco para o nosso ministério, para a nossa ordenação”, disse Pedro Fraga, em entrevista conjunta ao Departamento Arquidiocesano para a Comunicação Social (DACS) e ao ‘Diário do Minho’.

Sérgio Araújo acrescenta que a escolha do tema do congresso para lema da ordenação sacerdotal traduz também “a ideia de querer continuar o trabalho” desenvolvido pelo V Congresso Eucarístico Nacional.

João Conde nota que a opção pelo lema é um sinal de que os quatro diáconos que vão ser ordenados sacerdotes querem integrar na sua vida sacerdotal “a centralidade da Eucaristia, sem a qual a Igreja não vive”. Tiago Nogueira, que tem feito o seu estágio na Unidade Pastoral de Brufe e Santo Adrião, no Arciprestado de Famalicão, fala num “desafio muito bom”.

“A prática é humana e isso é que é o belo deste tempo da testagem: olharmos para a humanidade das pessoas e perceber que Cristo está presente em algumas humanidades feridas e naquelas humanidades belas. É uma realidade muito diferente daquilo que é a teoria e é um desafio que me permite aprender muito”, acrescenta.

 

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Agência ECCLESIA

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