Braga: Arcebispo pede união em volta de «projeto de renovação» do Papa

D. Jorge Ortiga presidiu a Missa de homenagem ao bispo missionário D. António Barroso, falecido há 100 anos

Remelhe, 03 set 2018 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga criticou este domingo os que querem “abafar a voz do Papa Francisco”, apelando à unidade na Igreja Católica.

“Não deixemos que o seu grande projeto de renovação da Igreja se perca”, disse, na homilia da Missa a que presidiu na paróquia de Remelhe (Barcelo), terra natal do bispo missionário D. António Barroso, no centenário do seu falecimento.

O antigo bispo do Porto foi evocado como um “missionário invulgar, ímpar”, um dos “maiores de Portugal”, cuja figura permanece como exemplo para o compromisso cristão nos dias de hoje.

“A sua vida terá de continuar a falar”, assinalou o arcebispo de Braga, para quem D. António Barroso se destacou como “promotor de uma reflexão sobre a ação missionária da Igreja”.

Durante a celebração, D. Jorge Ortiga anunciou que a igreja paroquial de Remelhe vai acolher os restos mortais do bispo missionário, como forma de fomentar a sua mensagem, dar a conhecer a sua vida e “pedir graças pela sua canonização”.

O Papa Francisco aprovou a 17 de junho de 2017 a publicação do decreto que reconhece as “virtudes heroicas” de D. António José de Sousa Barroso (1854-1918), missionário e bispo do Porto de 1899 a 1918.

Esta é uma fase central do processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade.

António José de Sousa Barroso nasceu em Barcelos a 5 de novembro de 1854 e faleceu a 31 de agosto de 1918; formou-se no Colégio das Missões Ultramarinas de Cernache do Bonjardim, de 1873 a 1879.

Ordenado sacerdote missionário em 20 de setembro de 1879 , foi missionário no Congo, Angola, de 1880 a 1891; foi bispo missionário em Moçambique, de 1891 a 1897, e em Meliapor, na Índia, de 1897 a 1899, antes de assumir a Diocese do Porto.

O prelado destacou-se como missionário, ficando célebre pela forma como lutou contra a perseguição feita à Igreja Católica por Afonso Costa, na sequência da implantação da República Portuguesa.

A aprovação de um milagre é agora o passo necessário para a proclamação desta figura da Igreja Católica como beato.

O centenário do falecimento de D. António Barroso esteve no centro das celebrações do aniversário da de elevação de Barcelos a cidade, no último dia 31 de agosto, num programa que incluiu duas conferências, no auditório da Câmara Municipal: “D. António Barroso e a sua terra natal”, pelo padre jesuíta barcelense António Júlio Limpo Trigueiros; e “D. António Barroso: Bispo do Porto e Venerável da Igreja Católica”, por D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé).

OC

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