D. Jorge Ortiga presidiu a Missa na Basílica do Santuário de São Bento da Porta Aberta
Terras de Bouro, Braga, 12 jul 2015 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga presidiu hoje à Missa na Basílica do Santuário de São Bento da Porta Aberta, onde alertou para a necessidade de um compromisso político e social na defesa das florestas e no combate aos fogos.
“Urge, irmãos e irmãs, acabar com o flagelo dos incêndios: temos de garantir a defesa dos espaços naturais e fazer desta preocupação uma causa nacional”, disse, na homilia da celebração.
O também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social deixou uma palavra de reconhecimento a quem exerce a “tarefa heroica” de vigilância das florestas, e aos bombeiros, “verdadeiros soldados da paz”, recordando os que morreram neste “serviço humanitário”.
Além da “atualidade” de São Bento (que viveu entre os séculos V e VI), fundador da Ordem dos Beneditinos, D. Jorge Ortiga aludiu ao percurso de São João Gualberto, nascido em finais do século X, em território italiano, beneditino e fundador da Congregação dos Valombrosanos.
Este religioso foi proclamado “protetor da floresta” na Itália, por Pio XII, e o arcebispo de Braga propôs que seja nomeado padroeiro do Parque Natural Peneda-Gerês, para “implementar uma corresponsabilidade pela casa comum”.
“Estamos a alertar para um período de estio que se aproxima e o consequente risco de destruição das florestas”, precisou.
Segundo o prelado há necessidade de um “maior empenho do poder político” na defesa da natureza, como recorda o Papa Francisco na sua encíclica ‘Laudato si’, com “legislação consistente” e fiscalização “mais apertada”.
Este é um “serviço à humanidade” que os católicos devem ser capazes de “concretizar o amor à natureza criada pelo próprio Deus”.
“O grande problema é que hoje vivemos sem olhar às consequências”, alertou.
D. Jorge Ortiga começou por elogiar a “revolução silenciosa” que se inspira na fé e transforma a sociedade.
“Quando os homens acreditam em Deus e são exigentes consigo mesmos, nasce uma espécie de revolução silenciosa e operativa, é a revolução do testemunho credível”, disse, durante a Missa que encerrou o Congresso sobre «São Bento – Padroeiro da Europa», iniciado esta sexta-feira.
O arcebispo primaz sublinhou que a iniciativa se insere nas comemorações dos 400 anos de construção da pequena ermida que, em 1615 deu origem, a este santuário, elevado à categoria de basílica menor em março deste ano.
Segundo a página oficial do Santuário, o culto a São Bento, em Rio Caldo, Terras de Bouro, deve a sua origem à influência dos monges de Santa Maria de Bouro, remontando ao século XVII.
O atual Santuário foi reconstruído no século XIX, tendo sido inaugurado um novo espaço de culto, junto ao templo primitivo, em 2002.
A figura de São Bento está em destaque na última edição do Semanário ECCLESIA.
OC