Braga: Arcebispo pede aos sacerdotes que centrem a sua agenda no «essencial»

Mais do que agradar ao «tribunal popular» a Igreja é chamada a privilegiar a «obediência» a Deus e à sua missão, realça D. Jorge Ortiga

Braga, 22 jul 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga pediu este domingo aos membros do clero que rejam a sua missão pelo “essencial que é a fé”, durante uma missa no Santuário do Sameiro marcada pela ordenação de quatro novos sacerdotes.

Na homilia da eucaristia, publicada no site da Arquidiocese de Braga, D. Jorge Ortiga sublinhou que “um dos maiores erro que os sacerdotes podem cometer é o ativismo pastoral”, ou seja, “atestar” a agenda de “inúmeras atividades” que acabam por retirar “a tranquilidade indispensável a um serviço pastoral com qualidade”.

Segundo o prelado, esta questão nasce da vontade compreensível dos sacerdotes atenderem a todas as propostas das comunidades, sacrificando muitas vezes a sua organização e o planeamento definido.

D. Jorge Ortiga usou como modelo de reflexão o episódio do encontro entre Marta, a sua irmã Maria e Jesus, retratado no último evangelho dominical.

Nesta passagem bíblica, Marta critica a irmã por estar “focada na escuta do Mestre”, em vez de “cumprir o seu trabalho doméstico”.

Para o arcebispo de Braga, Marta representa esse fluxo de solicitações a que os sacerdotes estão sujeitos e que podem toldar a visão daquilo que realmente é importante, a “obediência” a Deus e à missão da Igreja.

 “Se é verdade que ‘a messe é grande e os operários são poucos’, só resta começar pelo essencial que é a fé, sem medo da crítica e do confronto intelectual. O mundo espera da Igreja uma mensagem diferente, nitidamente marcada pela fé que exige muita coragem”, sustenta o responsável católico.

D. Jorge Ortiga recorda ainda que, apesar de existirem múltiplas formas dos sacerdotes exercerem a sua ação pastoral, será sempre impossível agradar à totalidade do “tribunal popular”.

“Se um padre prega durante mais de dez minutos, é um chato. Mas se prega em menos de dez minutos, é um apressado. Se é exigente pastoralmente, afasta as pessoas da Igreja. Se está na igreja, devia sair para visitar os paroquianos. E se os visita, nunca está na igreja para os acolher”, exemplifica.

O arcebispo de Braga concluiu a sua mensagem com um repto dirigido aos novos sacerdotes: “Sede alegres no vosso ministério e conquistai o coração de outros jovens para que não tenham medo de seguir Jesus”.

JCP

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