«Custa ver tanta gente nova a desistir de lutar por um futuro melhor», afirmou D. Jorge Ortiga
Braga, 25 mar 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga recordou este domingo a letra de uma música cantada pela banda ‘Delfins’, “saber amar, é saber deixar alguém te amar”, para pedir aos jovens que não façam da fé “um turismo religioso”.
“Deixai que Deus vos contagie com o seu amor, e partilhai esse mesmo amor através daqueles gestos alternativos que o Papa Francisco já nos ensinou. E lembrem-se: é proibido desistir”, vincou D. Jorge Ortiga na sé bracarense, durante a homilia da missa do Domingo de Ramos, enviada à Agência ECCLESIA.
Na data em que a Igreja Católica iniciou a Semana Santa e assinalou o Dia Mundial da Juventude, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social afirmou que “custa ver tanta gente nova a desistir de lutar por um futuro melhor”.
“Parece que a esperança tem dado lugar ao desânimo na agenda de muitos jovens. Os números são bastante claros: Portugal atingiu quase um milhão de desempregados e desses, 40% são jovens, revelam os dados do Governo”, acrescentou.
Para D. Jorge Ortiga os “gestos alternativos como os que o Papa Francisco está a operar, que conferem toda a esperança”, tornam-se referenciais “numa sociedade tão cansada de promessas políticas, repleta de palavras gastas e esgotada de teorias utópicas”.
O prelado pediu aos jovens que se comprometam com a arquidiocese, para que “nunca manifeste uma imagem parada, amorfa ou morta”.
A “melhor forma de evangelizar” é testemunhar um “estilo” fundado “na autobiografia de Jesus”, dado que “uma vida autenticamente cristã não deixa ninguém indiferente”, frisou.
Uma existência que permita o “acesso ao transcendente”, que transforme “o poder em gestos de caridade” e ensine “a gastar a vida somente a fazer o bem” constituem para o arcebispo alguns exemplos de “estilo” cristão.
D. Jorge Ortiga anunciou que durante as celebrações da Semana Santa, que se prolonga até à Páscoa, vai apresentar “rostos” da arquidiocese que “ousaram desafiar a sociedade com uma fé fervorosa”.
O primeiro modelo de vida apontado foi o do frei Bernardo de Vasconcelos, antigo aluno da Faculdade de Direito da Universidade Coimbra, cidade onde introduziu o “ideal cristão no mundo da cultura” ao integrar o Centro Académico de Democracia Cristã.
“Uma vez seduzido por Cristo, ele ingressou na ordem beneditina, mas por causa de uma doença grave, não chegou a concretizar o sonho da ordenação sacerdotal, passando por um doloroso calvário durante seis anos, vindo a falecer ainda antes de completar 30 anos”, referiu D. Jorge Ortiga.
RJM