Braga: Arcebispo instituiu três mulheres leigas nos ministérios de catequista, leitora e acólita

Primeiro encontro da Pastoral Litúrgica reuniu mais de 500 participantes no Espaço Vita, no Centro Pastoral Arquidiocesano, com foco no tema «Servidores do Servidor»

Foto: Fátima Castro

Braga, 27 jan 2025 (Ecclesia) – D. José Cordeiro instituiu três mulheres leigas nos ministérios de catequista, leitora e acólita, no final do I encontro de Pastoral Litúrgica da Arquidiocese de Braga, que reuniu meio milhar de participantes.

Em declarações divulgadas hoje pelo portal Educris, o arcebispo primaz sublinhou que a decisão faz parte “do caminho sinodal que esta Igreja, que peregrina em Braga, tem vindo a realizar”. 

“Este é o caminho de uma igreja sinodal e missionária que se vai deixando inspirar pelo Espírito que desperta nas comunidades vários dons e carismas”, apontou o o responsável católico. 

O encontro encerrou-se no último sábado, tendo o arcebispo de Braga realçado a “feliz coincidência” a instituição “de três mulheres, quais primeiras testemunhas da ressurreição”. 

“Estas instituições nascem de um processo de discernimento que efetuámos como Arquidiocese. São servidoras do Servidor destinadas para a catequese, liturgia e acólitos”, desenvolveu. 

Fátima Castro, catequista, Nazaré Dantas, leitora e Madalena Faria, acólita, foram as leigas que acederam aos diferentes ministérios laicais. 

O arcebispo de Braga publicou ainda a nota sobre ‘Ministérios Laicais na Igreja Sinodal Missionária’. 

“Esta nota sintetiza e aplica o documento que a Conferência Episcopal Portuguesa publicou em 2022. Resulta de um trabalho de construção sinodal. Fez um percurso pelos organismos de comunhão e dentro dos diversos serviços arquidiocesanos e tendo sido assinada por mim [ndr: risos], é de toda a igreja que aqui em Braga faz caminho para a Páscoa”, explicou D. José Cordeiro. 

Estas três leigas, agora instituídas, reúnem as condições para o exercício estável dos respetivos ministérios. Realizaram formação adequada, são reconhecidas pelas comunidades e dão garantias na responsabilidade que assumem aqui na Arquidiocese”. 

O I encontro de Pastoral Litúrgica da Arquidiocese de Braga contou com a participação do padre Pietro Muroni, que destacou a preparação da liturgia no combate à intolerância religiosa.

No Espaço Vita, no sacerdote da Arquidiocese de Sassari (Itália) abordou o cuidado que se deve ter na formação da liturgia, sublinhando que não deve ser uma leitura, mas sim uma “proclamação” para ser escutada, que começa nos agentes e que se deve estender ao povo, informa a Arquidiocese de Braga.

Citando Lambert Beauduin, o padre Pietro Muroni referiu que “a maior causa da ignorância religiosa é a ignorância litúrgica”, no encontro com o lema “Servidores do Servidor”.

O sacerdote insistiu na “formação da liturgia e a partir da liturgia”, referindo que se for bem preparada, com cuidado e humildade, envolvendo os fiéis na formação, ajuda a combater a ignorância religiosa.

O padre Pierangelo Muroni salientou a ideia de que os cantos devem servir para colocar toda a assembleia cristã em sintonia.

“O canto litúrgico não é um elemento ornamental. Serve para fazer com que todos entrem na celebração, entrar no Mistério litúrgico”, referiu, acrescentando que para isso é necessária “preparação”.

O sacerdote reforçou a centralidade de Cristo na Eucaristia, mostrando que foi Ele o protagonista na preparação da Páscoa.

Segundo o padre Pierangelo Muroni, o padre ou bispo não devem “tomar posse da celebração”, mas sim, numa atitude de “humildade e de serviço ao Servidor”, envolver todos, ajudar, a assembleia a compreender o Mistério da liturgia.

A conferência foi seguida de workshops para os diversos ministérios e cada participante dirigiu-se para aquele a que se inscreveu.

No mesmo dia, o arcebispo de Braga celebrou Eucaristia na Sé para os fiéis em geral, mas em particular para os diversos agentes da pastoral litúrgica, onde sublinhou o conteúdo da nota pastoral “Ministérios laicais na Igreja Missionária”.

D. José Cordeiro referiu-se também à unidade dos carismas que é descrita por São Paulo, a partir de um tema conhecido na cultura helénica, o corpo humano como imagem do corpo social, induzindo ao respeito pela diversidade dos seus membros em ordem a uma finalidade comum.

“O primado é da ação do Espírito Santo que distribui os seus dons. Porém, não se descuida o valor da edificação da comunidade”, afirmou.

Depois de ter sido divulgada nas páginas da internet da Arquidiocese de Braga, os participantes do encontro tiveram acesso, em papel, à nota pastoral – “Ministérios laicais na Igreja sinodal missionária”.

A Missa foi solenizada pela Escola de Música Litúrgica da Arquidiocese de Braga.

LJ/OC

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