D. Jorge Ortiga estabelece como prioridade da Igreja Católica uma «vida de comunhão» com Deus e com as pessoas
Braga, 18 jul 2011 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga alertou este domingo para a necessidade de uma “nova consciência missionária” na região, que permita à Igreja Católica “mostrar o valor do Evangelho diante de tantos problemas e enigmas da atualidade”.
No dia em que presidiu à ordenação de dois novos sacerdotes, no Santuário do Sameiro, D. Jorge Ortiga incentivou o clero à descoberta de “talentos laicais que, pela sua força e entusiasmo, enfraqueçam as correntes pessimistas”.
“É mais fácil continuar com os esquemas tradicionais mas com isso não estaremos a ler os sinais dos tempos nem a ser fiéis ao mandato do Espírito Santo”, avisou o prelado, durante a sua homilia, publicada na página oficial da arquidiocese.
Para aquele responsável, a principal prioridade da Igreja deverá passar pela construção de uma “vida de comunhão”, com Deus e com as pessoas, evitando assim “um vazio espiritual e uma vida preenchida por tantas coisas menos por Deus”.
“É impossível ser cristão em autogestão, gerar uma comunidade cristã por iniciativa própria, vivendo de forma isolada, alheada da vida das outras comunidades paroquiais e religiosas”, acrescentou.
A comunidade bracarense conclui em 2011 um triénio dedicado à escuta e à reflexão do Evangelho, de acordo com o tema proposto “Tomar conta da Palavra que toma conta de nós”.
A falta de “semeadores do Reino”, sacerdotes ou leigos, é uma das questões que colocam em causa este objetivo.
Em declarações ao jornal “Diário do Minho”, no final da celebração, D. Jorge Ortiga mostrou-se preocupado com o facto de contar neste momento com apenas “410 sacerdotes residentes” para fazer face às necessidades de mais de 500 paróquias.
Além da escassez de vocações, a idade média do clero bracarense situa-se atualmente nos 62,4 anos.
JCP/DM