Iniciativa quer valorizar dimensão artística, religiosa e histórica do local e da própria arquidiocese minhota
Fátima, Santarém, 10 jan 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga destacou hoje a importância da candidatura do Santuário do Bom Jesus a património da humanidade, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que vai ser apresentada segunda-feira à imprensa.
“O Santuário do Bom Jesus e a sua envolvência merecem essa distinção, por todo o património edificado, pela paisagem e naturalmente por toda a arte que aquele santuário encerra”, disse à Agência ECCLESIA D. Jorge Ortiga, à margem das primeiras jornadas nacionais da Pastoral do Turismo, promovidas pela Igreja Católica, onde marcou presença.
O prelado afirma que a devoção ao Bom Jesus pode ser um “sinal” para a Igreja Católica em Braga, “uma luz a orientar” quer os habitantes quer os turistas.
“Esta classificação [património da humanidade] poderá sublinhar aquilo que o Bom Jesus significa”, acrescenta.
Segundo D. Jorge Ortiga, o processo é feito “não essencialmente por razões de turismo”, mas por “uma questão de direito e de proposta”.
Varico da Costa Pereira, mesário da Confraria do Bom Jesus do Monte (CBJM), revelou à Agência ECCLESIA que a candidatura foi entregue em novembro de 2013, prometendo “dinamismo” para a impulsionar.
“Elaboramos um plano de atividades que se inicia já no dia 19, quando vai ser exibido um documentário sobre o Bom Jesus”, adianta.
Visitas guiadas, uma exposição que se pretende “permanente” e “uma grande conferência internacional” são outros eventos programados.
Segundo Varico da Costa Pereira, o objetivo principal da candidatura e das ações que lhe estão ligadas é promover o “reconhecimento mundial do Bom Jesus”, permitindo que mais gente conheça e visite o santuário.
“Estamos a divulgar Portugal, a entrar numa rede mundial de sítios classificados, o que traz uma série de benefícios”, acrescenta.
O responsável considera “urgente” uma intervenção de manutenção e reparação no escadório, nas capelas e na própria igreja.
A candidatura a ‘obra-prima da natureza humana’ conta com o apoio do Município de Braga e da “comunidade local”, estando a desenvolver-se um trabalho de sensibilização junto dos mais novos, “nomeadamente concursos de pintura, fotografia e textos”.
Varico da Costa Pereira sublinha o “valor intrínseco, patrimonial e artístico” do Bom Jesus e também o “valor imaterial” da própria Arquidiocese de Braga, “com os seus santos, arcebispos, com o seu rito próprio”.
O conjunto arquitetónico do Bom Jesus do Monte é considerado um ‘ex-líbris’ da cidade de Braga; em 1373 já existia uma ermida dedicada à Santa Cruz.
O atual templo que remata o escadório, com as Capelas e Passos da Paixão, foi concluído em setembro em 1811, substituindo um antigo templo barroco que vinha do tempo de D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728).
O Bom Jesus viria a transformar-se num destino de romagens, no Minho e também no resto do país.
PR/OC