Braga: Arcebispo desafiou escuteiros a «partilhar o pão» e «entregar a vida»

D. Jorge Ortiga presidiu à Missa de receção da Luz da Paz de Belém

Braga, 15 dez 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, na Eucaristia de receção da ‘Luz da Paz de Belém’, este domingo na catedral, desafiou os escuteiros a partilharem o pão na sociedade e a “lutar” por um “trabalho digno” para todos.

“Todos reconhecemos uma inequívoca evolução social no nosso país mas insistindo em ideias muito badaladas, quero solicitar-vos uma maior sensibilidade e compromisso perante as carências de bens alimentares que ainda vão escasseando para muitos”, pediu D. Jorge Ortiga.

O prelado, na homilia enviada à Agência ECCLESIA, recorda que na mensagem de Advento para a Arquidiocese de Braga dedicou a esta quarta semana do Advento a palavra “Pão”: “Esta pequena palavra sublinha-se a importância de algo essencial e que não deveria faltar a ninguém”, assinalou.

“Esta chama vinda de Belém deve solicitar aos escuteiros a tarefa de trabalhar para que o pão não falte a ninguém”, alertou ao mesmo tempo que os desafiou a saírem do agrupamento, dos “grupos fechados em si mesmos”, para partilharem a Luz de Belém, “para partilhar o pão, para entregar a vida”.

“No Natal há o indispensável. E nos outros dias?”, interrogou D. Jorge Ortiga que assinalou que neste período em concreto multiplicam-se os cabazes e alguns pobres “conseguem receber” o que, noutras circunstâncias, “seria porventura desperdiçado”.

Nesse sentido, o arcebispo de Braga destacou que “muitos condenam” uma atitude assistencialista onde se dá o pão e comentou que este deve ser “ganho” talvez com o “suor e canseiras” mas para que isso seja possível “é necessário que existam condições para trabalhar”.

“O trabalho é um direito e não podemos, como crentes, tranquilizar-nos enquanto o desemprego persistir”, revelou cintando o Papa Francisco: “Não existe pior pobreza material da que não permite que se ganhe o pão e priva da dignidade do trabalho.”

Na Eucaristia da receção da Luz da Paz de Belém, o arcebispo explicou que esta “é sinal de uma pessoa” e acrescentou que o Natal sem esta luz “é mera fantasia e jogo a distrair do realismo da vida”.

D. Jorge Ortiga destacou ainda que os são muitas as “desilusões e as expectativas” permanentemente “goradas” mas revelou que o futuro está “repleto de esperança” se escuteiros acreditarem na “responsabilidade de restituir Deus à história”.

“Ultrapassai falsas imagens da religião e reencontrai-vos com Cristo e n’Ele mudai a cor do mundo”, pediu considerando que a escuridão “não pode continuar a impor-se”.

A Luz da Paz de Belém surgiu em 1986 como um programa de beneficência – “Luz na Escuridão” – para apoiar crianças necessitadas na Áustria.

Desde 1990, existe um acordo de cooperação entre os Escuteiros e as Guias de muitos países, que tem permitido que a Luz da Paz de Belém viaje pela Europa e América.

Todos os anos, uma criança oriunda do norte da Áustria, recolhe a Luz na gruta da Natividade em Belém e leva-a até Viena, Áustria.

Delegações escutistas e guidistas de toda a Europa participam, depois, na celebração de Viena para levar a Luz aos seus respetivos países como uma mensagem de Paz.

A Luz da Paz de Belém, de Braga, partiu para todo o país e vai ser recebida nos agrupamentos de escuteiros do Corpo Nacional de Escutas.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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