Braga: Arcebispo desafia religiosos a «novas perspetivas de encanto e sedução» da sociedade

D. Jorge Ortiga abriu Ano da Vida Consagrada na arquidiocese

Braga, 02 fev 2015 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga assinalou hoje a abertura do Ano da Vida Consagrada desafiando as congregações religiosas a primarem pela inovação e pela abertura a “novas perspetivas de encanto e sedução” da sociedade.

Numa eucaristia celebrada na Igreja do Carmo, casa da Ordem dos Carmelitas Descalços, D. Jorge Ortiga salientou que “as congregações terão futuro se não forem meras agências de serviços” nem ficarem paralisadas pelo “pessimismo”.

Atualmente a missão dos consagrados é “complexa”, perante desafios como a falta de vocações religiosas ou o progressivo afastamento das pessoas de Deus, mas a fé cristã “já passou por situações mais alarmantes”, lembrou o prelado.

“Não podemos andar à deriva e deixarmo-nos contaminar pela pressão da mundanidade. Estamos no mundo, numa nova consciência salvadora, mas estamos para além da tirania das suas imposições”, acrescentou na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

Com o lema “Vida Consagrada na Igreja Hoje: Evangelho, Profecia e Esperança”, o Ano da Vida Consagrada tem três grandes objetivos: “Fazer memória agradecida do passado”, “abraçar o futuro com esperança” e “viver o presente com paixão”.

Pontos que foram também enumerados pelo arcebispo de Braga, que pediu a “todas as comunidades religiosas” que “os assumam conscientemente” de modo a que a iniciativa lançada pelo Papa Francisco “signifique algo de novo para todos”.

Sobre o primeiro objetivo, D. Jorge Ortiga prestou homenagem aos que ao longo da História tornaram possível continuar a missão de Cristo, “trabalhadores incansáveis e silenciosos, verdadeiros testemunhos de fé comprometida com causas que honraram a Igreja”.

“O passado das Congregações deve ser alento e coragem; aí encontraremos vidas autênticas e verdadeiramente sacrificadas, que talvez envergonhem o nosso comodismo ou uma certa apatia se foram instalando”, apontou.

Quanto ao momento atual, o prelado referiu que existem “vários modos de viver o quotidiano, mas apenas um é desejável: colocar paixão no que se é e no que se faz”. 

“Só a paixão dá vitalidade ao carisma e mostra o seu valor. Com ela, os serviços à Igreja e à comunidade adquirem um sentido e valor que realiza e dá alegria a quem os efetua e que, em simultâneo, são semente de um mundo de maior fraternidade e justiça”, sustentou.

O responsável católico conclui fazendo votos “que cada carisma se rejuvenesça na fidelidade à sua origem (…) e testemunhe um serviço de proximidade com o mundo moderno em todas as suas vertentes”.

“Particularmente naqueles pormenores que desfiguram o rosto da sociedade, onde devemos reconhecer Cristo a exigir paixão na entrega aos mais fracos”, incentivou.

Em Portugal, o Ano da Vida Consagrada vai terminar com uma peregrinação nacional a Fátima, a 7 de fevereiro de 2016.

JCP

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Agência ECCLESIA

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